(continuação)
Mais assustado que contente, por não ter antes realizado as verdadeiras consequências da malvadez que cometera, esgueirei-me para casa, sem me despedir do meu amigo.
Um mês depois, passámos a viver naquele cobiçado primeiro andar.
Os meus velhotes ficaram radiantes, já se vê!
E, talvez por isso, nunca lhes contei toda a verdade.
Nunca souberam que o filho, afinal, ao contrário do que pensavam, não era flor que se cheirasse.
Agora, em homenagem ao meu esforço para me tornar melhor pessoa, peço aqui desculpa, publicamente, ao sr. engenheiro e esposa, meus ex-vizinhos... pelo sim, pelo não... uma vez que já "partiram".
Fim- Xequim Sêco
gil
2 comentários:
rafael - alentejano
sobralrafael@hotmail.com
sobralrafael@netvisao.pt
Muito interessante este teu "retalhos da vida de um pequeno patife".
Aliás, os três blogues revelam bom-gosto e qualidade de escrita.
Zé Lérias, como não tenho o teu mail e desconheço se voltarás ao local onde deixaste o teu último comentário sobre acidentes de viação, n'O sino da Aldeia, vou pedir-te, eu sim, desculpa de usar este meio para transcrever o que te respondi.
Aqui vai (e desculpa ser tão longo):
Jorge G disse...
ZÉ LÉRIAS:
"Falta-nos reganhar a auto-estima e partir para o futuro."
Não posso estar mais de acordo com a frase que usaste para resumir os motivos do comportamento disruptivo de muitos condutores de automóveis portugueses, em Portugal.
Aceito e agradeço o que acrescentaste à minha reflexão, esta saída um tanto em golfadas e não tanto num amadurecimento exaustivo sobre o assunto em causa.
Há apenas um pequeno ponto que gostaria de deixar mais claro: é que eu também acho que não se podem esperar milagres dos instrutores de condução, como não se pode querer que a escola, os professores, se substituam aos pais e avós. Mas o ponto forte é a política de instrução ou de educação. Essa é que me parece completamente errada e obsoleta, gerando uma prática repressiva de caça ao dinheiro.
Zé Lérias, já conduzi em muitos países da Europa, acredita. Na Suécia, na Áustria ou na Suiça, andei em fila nas auto-estradas porque ninguém, mas ninguém mesmo ultrapassava. Íamos todos uns atrás dos outros, como se se tratasse de um passeio em caravana familiar, e isto porque todos respeitávamos os limites de velocidade, seguindo à mesma que era permitida. Sem stress, sem insultos, sem acidentes, e sem brigadas policiais. Mas os suecos, austríacos e suiços têm uma educação de base que lhes permite classificar o automóvel como um meio de transporte para os levar ao destino; não como um meio de afirmação de complexos de inferioridade intelectual e civilizacional para os transportar numa aventura de riscos incalculáveis para todos os utentes das estradas.
Para terminar, não digo que o peso das coimas não possa desmotivar alguns à prática de manobras arrepiantes de inconsciência e periculosidade.
Mas, antes dessas medidas ou, no mínimo, concomitantemente, outra acções no ensino e na prevenção deveriam ser tomadas.
Porque é das nossas vidas que se trata!
Só gostaria ainda de te felicitar pelo trabalho , bom-gosto e correcção linguística patentes nos teus três blogues, que hoje pela manhâ, sem pressas, tive a ocasião e o prazer de visitar. O tempo não nos permite ler o trabalho de muitos bons blogues e, por isso, alguns ficam por ler com maior assiduidade. No teu caso, passate para a minha lista de prioritários.
Parabéns...e, por favor, não me trates por você que me fazes velho (só tenho 54!).
"Desculpas pelo atrevimento", pedes tu.
Que atrevimento? O de seres correcto e bem-educado, apresentando desse modo os teus argumentos? Meu caro Zé Lérias, ou és pessoa da minha geração, ou mesmo anterior, ou fazes parte de um grupo em perigosa e triste extinção em Portugal.
Gostei muito da tua contribuição.
Muito obrigado.
Um abraço e o desejo de Felicidades, seja em 2007 ou em que ano for!
Jorge G - o sineiro
Domingo, Dezembro 31, 2006 9:00:08 AM
UM ABRAÇO AMIGO.
Jorge Guedes
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