30 de dezembro de 2006
28 de dezembro de 2006
retalhos da vida dum pequeno patife
(continuação)
Mais assustado que contente, por não ter antes realizado as verdadeiras consequências da malvadez que cometera, esgueirei-me para casa, sem me despedir do meu amigo.
Um mês depois, passámos a viver naquele cobiçado primeiro andar.
Os meus velhotes ficaram radiantes, já se vê!
E, talvez por isso, nunca lhes contei toda a verdade.
Nunca souberam que o filho, afinal, ao contrário do que pensavam, não era flor que se cheirasse.
Agora, em homenagem ao meu esforço para me tornar melhor pessoa, peço aqui desculpa, publicamente, ao sr. engenheiro e esposa, meus ex-vizinhos... pelo sim, pelo não... uma vez que já "partiram".
Fim- Xequim Sêco
gil
retalhos da vida dum pequeno patife
(continuação)
Como as escadas debaixo das quais eu dormia eram de madeira, com a extremidade de uma vassoura, comecei a acompanhar, a descompasso, os passos que o casal dava no subir das escadas.
Eles paravam, e eu parava. Eles reiniciavam, e eu reiniciava, sempre com "souplesse".
Um belo dia, ao ir brincar para a mercearia dos pais do meu amigo César, filho único como eu, escutei a conversa, em surdina, que a "criada" do senhor engenheiro travava com a mãe do meu amigo.
"Os meus patrões vão sair daqui. Parece que hà qualquer coisa estranha na casa. Perguntaram-me se eu também ouvia barulhos estranhos na casa durante a noite. Eu nunca dei conta, disse-lhes eu!"
(continua-Xequim Sêco)
25 de dezembro de 2006
retalhos da vida dum pequeno patife
(continuação)
Apesar de medidos os prós e contras da decisão tomada, não havia dúvida de que nós os três perdemos alguma qualidade de vida, com a troca.
- Tens razão mulher. Isto, afinal, não é quarto nem é nada. Tanto nós como o Zézito, temos direito a dormir em lugares mais sadios.
- Tens razão mulher. Isto, afinal, não é quarto nem é nada. Tanto nós como o Zézito, temos direito a dormir em lugares mais sadios.
E passaram a procurar, na vizinhança, sem resultado, dois quartos, com serventia a casas de banho.
Foi, a partir daqui, que meus verdadeiros instintos de malvadez começaram a despertar.
Passo a explicar:
No andar de cima do estabelecimento residia um engenheiro bem sucedido na vida e sua esposa.
Nunca soubemos se eram boas ou más pessoas, porque nunca nos cumprimentaram.
Só sabíamos, através da mercearia onde se mandavam aviar que, aos sábados, tinham por hábito ir ao casino jogar na roleta.
Ora, como eles sempre me acordavam ao regressarem a casa, lá para as quatro da manhã desses sábados, resolvi, a partir de um deles, experimentar o meu plano, tentando, "com um tiro, matar dois coelhos":
(continua - Xequim Sêco)
21 de dezembro de 2006
retalhos da vida dum pequeno patife
Meus pais, exploradores de modesto "café", situado em rua pouco movimentada, chegavam sempre "encharcados" nos dias chuvosos de inverno.
Do meu improvisado quarto, roubado à sala de jantar, ouvia-os, ao chegarem, lamentar-se do fraco negócio e também do incómodo que era, no inverno, depois das duas da manhã, terem que atravessar ruas e ruas até chegarem a casa.
- E o menino?... e se sucede qualquer coisa ao nosso filho, que para aqui fica sózinho durante tantas horas?
- Pois é mulher, mas o que havemos de fazer à nossa vida?!
Diálogos destes incomodavam-me, não por me saber só, a dormir, naquele velho T1.
Incomodava-me por causa da vida difícil que meus pais me parecia levarem.
Até que um dia, com satisfação minha, resolveram sacrificar parte de uma divisão do "café" destinada a arrumos.
E aí se instalou cama e mesinhas de cabeceira."O Zé vai ficar bem no vão das escadas, onde não se sente muito o barulho da noite.Vais ver! Forra-se tudo como deve ser e pronto!", disse o meu pai à "velhota".
Meu dito, meu feito. Pouco tempo depois deixaram de pagar o aluguer do T1 e todas as nossas trouxas foram transferidas para as trazeiras do estabelecimento.
(continua - Xequim Sêco)
18 de dezembro de 2006
Portugal III
O "tapado", desaparecido, foi encontrado.
Mas, infelizmente, sem corcunda(Aquele pequeno pormenor que o alcandorava a peça de arte).
E foi reposto, de imediato, "en su sitio".
Deixou de ser, de novo, um miserável buraco.
Perdeu em beleza - em relação à instalação anterior - mas ganhou em robustez. Espero!
Honra seja feita, agora, a quem a merece ; )
15 de dezembro de 2006
Quem te viu e quem te vê!
Memórias da minha terra, a preto e branco:
figueira da_foz.pps
NOTA: Lamentavelmente não consigo dar conta do contratempo que impede a visualização de todas as fotos. As minhas deculpas. 16.12.2007
14 de dezembro de 2006
Portugal II
Era de esperar.
Mas também eu não tive o descernimento de prever o inevitável.
O "tapado", aquele buraco que deu orígem ao meu texto de segunda feira, foi roubado!
Sorrateiramente, a coberto das últimas grandes chuvadas, claro.
Pois foi: o desgraçado ficou ali sozinhito e alguém, atento ao valor das obras de arte, pumba, roubou-o.
Não sei porque é que o Município descorou as providências de segurança necessárias.
Talvez por desconhecer o verdadeiro valor daquela peça.
Quem sabe?
Era uma instalação digna da galeria Sotheby's, garanto-vos eu, que também sou perito nestas coisas... obviamente!
E rara (a instalação, claro!) em nossos dias.
O que nos vale é termos connosco os artistas .
Que a irão refazer, estou certo. É esta a vantagem de termos obras públicas, embora efémeras, nas ruas deste país...
12 de dezembro de 2006
Portugal
Segunda-feira.
Começo da tarde.
Chuviscos.
Por detrás da vidraça, observo estacionamento invulgar.
Da viatura - impedindo a circulação na rua transversal - saiu primeiro o mais velho, de pá em punho.
Depois saiu o segundo.
Eram três.
Os dois primeiros, de colete reflector vestido, encheram as pás de gravilha negra.
Tentaram a travessia, mas pararam de repente.
A hora era de movimento e as derrapagens foram o aviso.
Surgiu o terceiro homem, o motorista, esbracejando.
Dos "ligeiros", que pararam, adivinhei sinais de impaciência.
A viatura do Município (caixa aberta) e os homens das pás, eram o alvo.
Atravessaram, os três.
A missão estava a revelar-se espinhosa.
Mas não só pelo risco eminente de atropelamentos: O buraco no "tuvenan" (?) na outra margem da via, devia requerer solução sofisticada...porque, material e homens, qual promessa, tinham mesmo de atravessar a rua, sob pena do serviço ficar imperfeito!
Conferenciaram os três.
As pás baixaram e voltaram vazias de regresso ao veículo de caixa aberta, após cuidadoso atravessar.
Quarenta minutos depois voltei à janela.
O "caixa aberta" já ía lá ao fundo.
Os chuviscos tinham parado.
Curioso, fui ver o "tapado".
Não tinha mais que 40 cm2 e......se não fosse a sua corcunda (lombazinha, ou cereja no topo do bolo!), o serviço nunca poderia tornar-se, como se tornou, em autêntica obra de arte.
Como insuspeitadamente vi e olhei.
Depois pensei: "com trabalho assim planificado, por gente preparada, e três especialistas daquele gabarito, não era de esperar outra coisa!"
Começo da tarde.
Chuviscos.
Por detrás da vidraça, observo estacionamento invulgar.
Da viatura - impedindo a circulação na rua transversal - saiu primeiro o mais velho, de pá em punho.
Depois saiu o segundo.
Eram três.
Os dois primeiros, de colete reflector vestido, encheram as pás de gravilha negra.
Tentaram a travessia, mas pararam de repente.
A hora era de movimento e as derrapagens foram o aviso.
Surgiu o terceiro homem, o motorista, esbracejando.
Dos "ligeiros", que pararam, adivinhei sinais de impaciência.
A viatura do Município (caixa aberta) e os homens das pás, eram o alvo.
Atravessaram, os três.
A missão estava a revelar-se espinhosa.
Mas não só pelo risco eminente de atropelamentos: O buraco no "tuvenan" (?) na outra margem da via, devia requerer solução sofisticada...porque, material e homens, qual promessa, tinham mesmo de atravessar a rua, sob pena do serviço ficar imperfeito!
Conferenciaram os três.
As pás baixaram e voltaram vazias de regresso ao veículo de caixa aberta, após cuidadoso atravessar.
Quarenta minutos depois voltei à janela.
O "caixa aberta" já ía lá ao fundo.
Os chuviscos tinham parado.
Curioso, fui ver o "tapado".
Não tinha mais que 40 cm2 e......se não fosse a sua corcunda (lombazinha, ou cereja no topo do bolo!), o serviço nunca poderia tornar-se, como se tornou, em autêntica obra de arte.
Como insuspeitadamente vi e olhei.
Depois pensei: "com trabalho assim planificado, por gente preparada, e três especialistas daquele gabarito, não era de esperar outra coisa!"
11 de dezembro de 2006
7 de dezembro de 2006
meus shnores da câamra muincipal
Craos aimgos:
Escvere-vos quem csotmua dar umas vlotas pleo Paqrue da Cecra, dedse a sua abretrua.
Nucna pecrebi prouqre raãzo aidna lá exsietm motnes de terra com aglum lxio à msitura.
Eu sei qeu a culpa vem do pasasdo, mas, meus shnores, voêcs que já esãto na cârama hà tatno tepmo não repraram que esse deslexio pode ser tomdao como incaipacdade vossa praa gerir os nossos detsnios com mias rigor?
Qaundo passo por um rseaturante com a placa da sua puilbicdade caída, pneso smepre num amigo psiclogo. Dizia ele com tdoa a rzaão: "Aqui não enrto. Se isto é cá fora, o que não sreá la dnetro!"
São pequneas ciosas como etsa e outras que por aí se vêm que, sem grnades cutsos para a auratquia, bem se podiam evtiar, praa bem de tdoa a counimdade e persgítio vosso.
Auqi fica o meu registo círtico, aproiveatndo a opronutidade para vos pernugtar, tabmém, se gsotam dsete meu palairvado, com tnato dexleiso lnigusítico ( irá ele - registo - por isso, cair em scao roto?!)
gil
Escvere-vos quem csotmua dar umas vlotas pleo Paqrue da Cecra, dedse a sua abretrua.
Nucna pecrebi prouqre raãzo aidna lá exsietm motnes de terra com aglum lxio à msitura.
Eu sei qeu a culpa vem do pasasdo, mas, meus shnores, voêcs que já esãto na cârama hà tatno tepmo não repraram que esse deslexio pode ser tomdao como incaipacdade vossa praa gerir os nossos detsnios com mias rigor?
Qaundo passo por um rseaturante com a placa da sua puilbicdade caída, pneso smepre num amigo psiclogo. Dizia ele com tdoa a rzaão: "Aqui não enrto. Se isto é cá fora, o que não sreá la dnetro!"
São pequneas ciosas como etsa e outras que por aí se vêm que, sem grnades cutsos para a auratquia, bem se podiam evtiar, praa bem de tdoa a counimdade e persgítio vosso.
Auqi fica o meu registo círtico, aproiveatndo a opronutidade para vos pernugtar, tabmém, se gsotam dsete meu palairvado, com tnato dexleiso lnigusítico ( irá ele - registo - por isso, cair em scao roto?!)
gil
5 de dezembro de 2006
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