«A forma inteligente de manter as pessoas passivas e obedientes é limitar estritamente o espectro da opinião aceitável, estimulando concomitante e muito intensamente o debate dentro daquele espectro... Isto dá às pessoas a sensação de que o livre pensamento está pujante, e ao mesmo tempo os pressupostos do sistema são reforçados através desses limites impostos à amplitude do debate».Noam Chomsky

"The smart way to keep people passive and obedient is to strictly limit the spectrum of acceptable opinion, but allow very lively debate within that spectrum - even encourage the more critical and dissident views. That gives people the sense that there's free thinking going on, while all the time the presuppositions of the system are being reinforced by the limits put on the range of the debate." – Noam Chomsky

It will reopen now and then.



25 de novembro de 2007

Vou mudar de país. Não sei se volto.

Para qualquer assunto urgente contactar-me aqui ou aqui

For any urgent matter, contact me here or here

Até qualquer dia, algures.
hasta luego
au revoir

Auf Wiedersehen
see you later

como nos vêem alguns brasileiros:



Musica de Raiz 01 - Na proxima, quero ser Portugues! ...para saber a razão porque eles adoraram as "bocetas" de nossas mães aquando da colonização ;) nota: o sublinhado a verde é do autor do poste.



25 de Novembro 1975

13 de novembro de 2007

F.M.I. (não resisti)

JOSÉ MÁRIO BRANCO

(antes, desligue o player da coluna da direita)



F.M.I.
Cachucho não é coisa que me traga a mim
Mais novidade do que lagostim
Nariz que reconhece o cheiro do pilim
Distingue bem o Mortimore do Meirim
A produtividade, ora aí está, quer dizer
Há tanto nesta terra que ainda está por fazer
Entrar por aí a dentro, analisar, e então
Do meu 'attaché-case' sai a solução!

FMI Não há graça que não faça o FMI
FMI O bombástico de plástico para si
FMI Não há força que retorça o FMI

Discreto e ordenado mas nem por isso fraco
Eis a imagem 'on the rocks' do cancro do tabaco
Enfio uma gravata em cada fato-macaco
E meto o pessoal todo no mesmo saco
A produtividade, ora aí está, quer dizer
Não ando aqui a brincar, não há tempo a perder
Batendo o pé na casa, espanador na mão
É só desinfectar em superprodução!

FMI Não há truque que não lucre ao FMI
FMI O heróico paranóico 'harakiri'
FMI Panegírico, pro-lírico daqui

Palavras, palavras, palavras e não só
Palavras para si e palavras para dó
A contas com o nada que swingar o sol-e-dó
Depois a criadagem lava o pé e limpa o pó
A produtividade, ora nem mais, célulazinhas cinzentas
Sempre atentas
E levas pela tromba se não te pões a pau
Num encontrão imediato do 3º grau!

FMI Não há lenha que detenha o FMI
FMI Não há ronha que envergonhe o FMI
FMI ...


Entretém-te filho, entretém-te, não desfolhes em vão este malmequer que bem-te-quer, mal-te-quer, vem-te-quer, ovomalt'e-quer messe gigantesca, vem-te bem, vem-te vindo, vim-me na cozinha, vim-me na casa-de-banho, vim-me no Politeama, vim-me no Águia D'ouro, vim-me em toda a parte, vem-te filho, vem-te comer ao olho, vem-te comer à mão, olha os pombinhos pneumáticos que te orgulham por esses cartazes fora, olha a Música no Coração da Indira Gandi, olha o Moshe Dayan que te traz debaixo d'olho, o respeitinho é muito lindo e nós somos um povo de respeito, né filho? Nós somos um povo de respeitinho muito lindo, saímos à rua de cravo na mão sem dar conta de que saímos à rua de cravo na mão a horas certas, né filho? Consolida filho, consolida, enfia-te a horas certas no casarão da Gabriela que o malmequer vai-te tratando do serviço nacional de saúde. Consolida filho, consolida, que o trabalhinho é muito lindo, o teu trabalhinho é muito lindo, é o mais lindo de todos, como o astro, não é filho? O cabrão do astro entra-te pela porta das traseiras, tu tens um gozo do caraças, vais dormir entretido, não é? Pois claro, ganhar forças, ganhar forças para consolidar, para ver se a gente consegue num grande esforço nacional estabilizar esta destabilização filha-da-puta, não é filho? Pois claro! Estás aí a olhar para mim, estás a ver-me dar 33 voltinhas por minuto, pagaste o teu bilhete, pagaste o teu imposto de transação e estás a pensar lá com os teus botões: Este tipo está-me a gozar, este gajo quem é que julga que é? Né filho? Pois não é verdade que tu és um herói desde de nascente? A ti não é qualquer totobola que te enfia o barrete, meu grande safadote! Meu Fernão Mendes Pinto de merda, né filho? Onde está o teu Extremo Oriente, filho? Ah-ni-qui-bé-bé, ah-ni-qui-bó-bó, tu és Sepúlveda tu és Adamastor, pois claro, tu sozinho consegues enrabar as Nações Unidas com passaporte de coelho, não é filho? Mal eles sabem, pois é, tu sabes o que é gozar a vida! Entretém-te filho, entretém-te! Deixa-te de políticas que a tua política é o trabalho, trabalhinho, porreirinho da Silva, e salve-se quem puder que a vida é curta e os santos não ajudam quem anda para aqui a encher pneus com este paleio de Sanzala e ritmo de pop-xula, não é filho?
A one, a two, a one two three

FMI dida didadi dadi dadi da didi
FMI ...

Come on you son of a bitch! Come on baby a ver se me comes! Come on Luís Vaz, 'amanda'-lhe com os decassílabos que os senhores já vão ver o que é meterem-se com uma nação de poetas! E zás, enfio-te o Manuel Alegre no Mário Soares, zás, enfio-te o Ary dos Santos no Álvaro de Cunhal, zás, enfio-te o Zé Fanha no Acácio Barreiros, zás, enfio-te a Natalia Correia no Sá Carneiro, zás, enfio-te o Pedro Homem de Melo no Parque Mayer e acabamos todos numa sardinhada ao integralismo Lusitano, a estender o braço, meio Rolão Preto, meio Steve McQueen, ok boss, tudo ok, estamos numa porreira meu, um tripe fenomenal, proibido voltar atrás, viva a liberdade, né filho? Pois, o irreversível, pois claro, o irreversívelzinho, pluralismo a dar com um pau, nada será como dantes, agora todos se chateiam de outra maneira, né filho? Ora que porra, deixa lá correr uma fila ao menos, malta pá, é assim mesmo, cada um a curtir a sua, podia ser tão porreiro, não é? Preocupações, crises políticas pá? A culpa é dos partidos pá! Esta merda dos partidos é que divide a malta pá, pois pá, é só paleio pá, o pessoal na quer é trabalhar pá! Razão tem o Jaime Neves pá! (Olha deixaste cair as chaves do carro!) Pois pá! (Que é essa orelha de preto que tens no porta-chaves?) É pá, deixa-te disso, não destabilizes pá! Eh, faz favor, mais uma bica e um pastel de nata. Uma porra pá, um autentico desastre o 25 de Abril, esta confusão pá, a malta estava sossegadinha, a bica a 15 tostões, a gasosa a sete e coroa... Tá bem, essa merda da pide pá, Tarrafais e o carágo, mas no fim de contas quem é que não colaborava, ah? Quantos bufos é que não havia nesta merda deste país, ah? Quem é que não se calava, quem é que arriscava coiro e cabelo, assim mesmo, o que se chama arriscar, ah? Meia dúzia de líricos, pá, meia dúzia de líricos que acabavam todos a fugir para o estrangeiro, pá, isto é tudo a mesma carneirada! Oh sr. guarda venha cá, á, venha ver o que isto é, é, o barulho que vai aqui, i, o neto a bater na avó, ó, deu-lhe um pontapé no cu, né filho? Tu vais conversando, conversando, que ao menos agora pode-se falar, ou já não se pode? Ou já começaste a fazer a tua revisãozinha constitucional tamanho familiar, ah? Estás desiludido com as promessas de Abril, né? As conquistas de Abril! Eram só paleio a partir do momento que tas começaram a tirar e tu ficaste quietinho, né filho? E tu fizeste como o avestruz, enfiaste a cabeça na areia, não é nada comigo, não é nada comigo, né? E os da frente que se lixem... E é por isso que a tua solução é não ver, é não ouvir, é não querer ver, é não querer entender nada, precisas de paz de consciência, não andas aqui a brincar, né filho? Precisas de ter razão, precisas de atirar as culpas para cima de alguém e atiras as culpas para os da frente, para os do 25 de Abril, para os do 28 de Setembro, para os do 11 de Março, para os do 25 de Novembro, para os do... que dia é hoje, ãh?

FMI Dida didadi dadi dadi da didi
FMI ...

Não há português nenhum que não se sinta culpado de qualquer coisa, não é filho? Todos temos culpas no cartório, foi isso que te ensinaram, não é verdade? Esta merda não anda porque a malta, pá, a malta não quer que esta merda ande, tenho dito. A culpa é de todos, a culpa não é de ninguém, não é isto verdade? Quer isto dizer, há culpa de todos em geral e não há culpa de ninguém em particular! Somos todos muita bons no fundo, né? Somos todos uma nação de pecadores e de vendidos, né? Somos todos, ou anti-comunistas ou anti-"faxistas", estas coisas até já nem querem dizer nada, ismos para aqui, ismos para acolá, as palavras é só bolinhas de sabão, parole parole parole e o Zé é que se lixa, cá o pintas azeite mexilhão, eu quero lá saber deste paleio vou mas é ao futebol, pronto, viva o Porto, viva o Benfica, Lourosa, Lourosa, Marrazes, Marrazes, fora o árbitro, gatuno, bora tudo p'ro caralho, razão tinha o Tonico Bastos para se entreter, né filho? Entretém-te filho, com as tuas viúvas e as tuas órfãs que o teu delegado sindical vai tratando da saúde aos administradores, entretém-te, que o ministro do trabalho trata da saúde aos delegados sindicais, entretém-te filho, que a oposição parlamentar trata da saúde ao ministro do trabalho, entretém-te, que o Eanes trata da saúde à oposição parlamentar, entretém-te, que o FMI trata da saúde ao Eanes, entretém-te filho e vai para a cama descansado que há milhares de gajos inteligentes a pensar em tudo neste mesmo instante, enquanto tu adormeces a não pensar em nada, milhares e milhares de tipos inteligentes e poderosos com computadores, redes de policia secreta, telefones, carros de assalto, exércitos inteiros, congressos universitários, eu sei lá! Podes estar descansado que o Teng Hsiao-Ping está a tratar de ti com o Jimmy Carter, o Brezhnev está a tratar de ti com o João Paulo II, tudo corre bem, a ver quem se vai abotoar com os 25 tostões de riqueza que tu vais produzir amanhã nas tuas oito horas. A ver quem vai ser capaz de convencer de que a culpa é tua e só tua se o teu salário perde valor todos os dias, ou de te convencer de que a culpa é só tua se o teu poder de compra é como o rio de S. Pedro de Moel que se some nas areias em plena praia, ali a 10 metros do mar em maré cheia e nunca consegue desaguar de maneira que se possa dizer: porra, finalmente o rio desaguou! Hão-de te convencer de que a culpa é tua e tu sem culpa nenhuma, tens tu a ver, tens tu a ver com isso, não é filho? Cada um que se vá safando como puder, é mesmo assim, não é? Tu fazes como os outros, fazes o que tens a fazer, votas à esquerda moderada nas sindicais, votas no centro moderado nas deputais, e votas na direita moderada nas presidenciais! Que mais querem eles, que lhe ofereças a Europa no natal?! Era o que faltava! É assim mesmo, julgam que te levam de mercedes, ora toma, para safado, safado e meio, né filho? Nem para a frente nem para trás e eles que tratem do resto, os gatunos, que são pagos para isso, né? Claro! Que se lixem as alternativas, para trabalho já me chega. Entretém-te meu anjinho, entretém-te, que eles são inteligentes, eles ajudam, eles emprestam, eles decidem por ti, decidem tudo por ti, se hás-de construir barcos para a Polónia ou cabeças de alfinete para a Suécia, se hás-de plantar tomate para o Canadá ou eucaliptos para o Japão, descansa que eles tratam disso, se hás-de comer bacalhau só nos anos bissextos ou hás-de beber vinho sintético de Alguidares-de-Baixo! Descansa, não penses em mais nada, que até neste país de pelintras se acho normal haver mãos desempregadas e se acha inevitável haver terras por cultivar! Descontrai baby, come on descontrai, arrefinfa-lhe o Bruce Lee, arrefinfa-lhe a macrobiótica, o biorritmo, o euroscópio, dois ou três ofeneologistas, um gigante da ilha de Páscoa e uma Grace do Mónaco de vez em quando para dar as boas festas às criancinhas! Piramiza filho, piramiza, antes que os chatos fujam todos para o Egipto, que assim é que tu te fazes um homenzinho e até já pagas multa se não fores ao recenseamento. Pois pá, isto é um país de analfabetos, pá! Dá-lhe no Travolta, dá-lhe no disco-sound, dá-lhe no pop-xula, pop-xula pop-xula, iehh iehh, J. Pimenta forever! Quanto menos souberes a quantas andas melhor para ti, não te chega para o bife? Antes no talho do que na farmácia; não te chega para a farmácia? Antes na farmácia do que no tribunal; não te chega para o tribunal? Antes a multa do que a morte; não te chega para o cangalheiro? Antes para a cova do que para não sei quem que há-de vir, cabrões de vindouros, ah? Sempre a merda do futuro, a merda do futuro, e eu ah? Que é que eu ando aqui a fazer? Digam lá, e eu? José Mário Branco, 37 anos, isto é que é uma porra, anda aqui um gajo cheio de boas intenções, a pregar aos peixinhos, a arriscar o pêlo, e depois? É só porrada e mal viver é? O menino é mal criado, o menino é 'pequeno burguês', o menino pertence a uma classe sem futuro histórico... Eu sou parvo ou quê? Quero ser feliz porra, quero ser feliz agora, que se foda o futuro, que se foda o progresso, mais vale só do que mal acompanhado, vá mandem-me lavar as mãos antes de ir para a mesa, filhos da puta de progressistas do caralho da revolução que vos foda a todos! Deixem-me em paz porra, deixem-me em paz e sossego, não me emprenhem mais pelos ouvidos caralho, não há paciência, não há paciência, deixem-me em paz caralho, saiam daqui, deixem-me sozinho, só um minuto, vão vender jornais e governos e greves e sindicatos e policias e generais para o raio que vos parta! Deixem-me sozinho, filhos da puta, deixem só um bocadinho, deixem-me só para sempre, tratem da vossa vida que eu trato da minha, pronto, já chega, sossego porra, silêncio porra, deixem-me só, deixem-me só, deixem-me só, deixem-me morrer descansado. Eu quero lá saber do Artur Agostinho e do Humberto Delgado, eu quero lá saber do Benfica e do bispo do Porto, eu quero se lixe o 13 de Maio e o 5 de Outubro e o Melo Antunes e a rainha de Inglaterra e o Santiago Carrilho e a Vera Lagoa, deixem-me só porra, rua, larguem-me, desópila o fígado, arreda, t'arrenego Satanás, filhos da puta. Eu quero morrer sozinho ouviram? Eu quero morrer, eu quero que se foda o FMI, eu quero lá saber do FMI, eu quero que o FMI se foda, eu quero lá saber que o FMI me foda a mim, eu vou mas é votar no Pinheiro de Azevedo se eu tornar a ir para o hospital, pronto, bardamerda o FMI, o FMI é só um pretexto vosso seus cabrões, o FMI não existe, o FMI nunca aterrou na Portela coisa nenhuma, o FMI é uma finta vossa para virem para aqui com esse paleio, rua, desandem daqui para fora, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe...

Mãe, eu quero ficar sozinho... Mãe, não quero pensar mais... Mãe, eu quero morrer mãe.
Eu quero desnascer, ir-me embora, sem ter que me ir embora. Mãe, por favor, tudo menos a casa em vez de mim, outro maldito que não sou senão este tempo que decorre entre fugir de me encontrar e de me encontrar fugindo, de quê mãe? Diz, são coisas que se me perguntem? Não pode haver razão para tanto sofrimento. E se inventássemos o mar de volta, e se inventássemos partir, para regressar. Partir e aí nessa viajem ressuscitar da morte às arrecuas que me deste. Partida para ganhar, partida de acordar, abrir os olhos, numa ânsia colectiva de tudo fecundar, terra, mar, mãe... Lembrar como o mar nos ensinava a sonhar alto, lembrar nota a nota o canto das sereias, lembrar o depois do adeus, e o frágil e ingénuo cravo da Rua do Arsenal, lembrar cada lágrima, cada abraço, cada morte, cada traição, partir aqui com a ciência toda do passado, partir, aqui, para ficar...

Assim mesmo, como entrevi um dia, a chorar de alegria, de esperança precoce e intranquila, o azul dos operários da Lisnave a desfilar, gritando ódio apenas ao vazio, exército de amor e capacetes, assim mesmo na Praça de Londres o soldado lhes falou: Olá camaradas, somos trabalhadores, eles não conseguiram fazer-nos esquecer, aqui está a minha arma para vos servir. Assim mesmo, por detrás das colinas onde o verde está à espera se levantam antiquíssimos rumores, as festas e os suores, os bombos de lava-colhos, assim mesmo senti um dia, a chorar de alegria, de esperança precoce e intranquila, o bater inexorável dos corações produtores, os tambores. De quem é o Carvalhal? (a) É nosso! Assim te quero cantar, mar antigo a que regresso. Neste cais está arrimado o barco sonho em que voltei. Neste cais eu encontrei a margem do outro lado, Grândola Vila Morena. Diz lá, valeu a pena a travessia? Valeu pois.

Pela vaga de fundo se sumiu o futuro histórico da minha classe, no fundo deste mar, encontrareis tesouros recuperados, de mim que estou a chegar do lado de lá para ir convosco. Tesouros infindáveis que vos trago de longe e que são vossos, o meu canto e a palavra, o meu sonho é a luz que vem do fim do mundo, dos vossos antepassados que ainda não nasceram. A minha arte é estar aqui convosco e ser-vos alimento e companhia na viagem para estar aqui de vez. Sou português, pequeno burguês de origem, filho de professores primários, artista de variedades, compositor popular, aprendiz de feiticeiro, faltam-me dentes. Sou o Zé Mário Branco, 37 anos, do Porto, muito mais vivo que morto, contai com isto de mim para cantar e para o resto.



(a) - Propriedade ocupada no Alentejo por trabalhadores agrícolas?

10 de novembro de 2007

4 de novembro de 2007

intervalo para música electrónica


myspace.com/umpletrueband




"2007 já nos deu o sofisticado Odd Size Baggage, dos Micro Audio Waves, um registo que marcou de forma muito positiva o panorama nacional da música electrónica. Agora, são os Umpletrue que surpreendem com o seu primeiro longa-duração, Fab Fight, depois de dois promissores EPs. Formados por Carlos Martins (voz e programação), ex-ZedisANeonLight, José Carlos Duarte (bateria), dos Dapunksportif, e Tiago Granja (guitarra e laptop), os Umpletrue fazem parte do catálogo da Cobra Discos, a editora fundada por Adolfo Luxúria Canibal e alguns membros dos Mão Morta. (...)"
O texto CONTINUA aqui





30 de outubro de 2007

música regional portuguesa

Música do Alentejo




eu ouvi o passarinho:



as velhas do alentejo:



Grupo mineiro do Lousal-alentejo

28 de outubro de 2007

Música de Portugal (regional)

BOM-FIM-DE-SEMANA


Música (portuguesa?)


A saia da Carolina - pelo Grupo português "Lúmen":



26 de outubro de 2007

música regional portuguesa

música da Beira Litoral


rancho folclórico da redinha-pombal:


oooOooo

Coimbra - Valsa para o tempo que passou (António Portugal, guitarra)

Clique AQUI

21 de outubro de 2007

Música de Portugal (regional)


música de Trás-Os-Montes

pelo grupo "Galandum Galundaina"

"chin glin din":

AQUI

............ooOoo............

ídem

"se teu pai me dera":

AQUI

............ooOoo............

ídem

"binte cinco":

AQUI

16 de outubro de 2007

Música de Portugal (Contestação)

ADRIANO CORREIA DE OLIVEIRA


"Não andas aqui a brincar, não é filho?":

Trova do vento que passa:

Venho dizer-vos que não tenho medo:

13 de outubro de 2007

Música de Portugal (Fado)

Fado de Lisboa - Mariza


12 de outubro de 2007

Música de Portugal (regional)

Folclore da Nazaré

"Vira da Praia" pelo Rancho Tá-Mar:


"Não vás ó mar Tóino", pelo Coral de S. Domingos:

Clique AQUI

10 de outubro de 2007

Música de Portugal (regional)

Folclore da BEIRA-BAIXA


"Entrudo"






Clique aqui:"Moda da Chula Nova"


Clique aqui:"Moda do Loureiro Ramalhete"



"milho verde"-. canta: Zeca Afonso




7 de outubro de 2007

Música de Portugal (regional)

Folclore do Minho


Chula da Póvoa:

Vira com cavaquinho:

Júlio Pereira:


....................
"El más conocido estilo de música portuguesa es el Fado, cuya intérprete más célebre fue Amália Rodrigues. Algunos intérpretes populares más recientemente son el grupo Madredeus, cuya vocalista era Teresa Salgueiro, y las cantantes Mariza, Misia, Mafalda Arnauth, Cristina Branco, Kátia Guerreiro y Dulce Pontes. Entre los intérpretes masculinos del fado más conocidos se encuentran Carlos do Carmo y Camané. En el ámbito de la canción política destacó especialmente durante la década de 1970 José Afonso, Adriano C. de Oliveira Fausto Bordalo Dias, etc.
Instrumento característico del fado es la guitarra portuguesa.
Otros cordófonos peculiares son el cavaquinho (similar al timple) y diversas guitarras de cuerdas metálicas populares en Braga, Alentejo y Azores, utilizadas en la música tradicional no urbana. Ésta presenta una gran variedad, con pervivencia de algunos romances medievales, repertorios para gaita, flauta con tamboril y una inmensa popularidad del acordeón. El adufe es un instrumento de percusión popular en zonas del interior y norte del país."

30 de setembro de 2007

músicas de Portugal (regional)

música mirandesa



título: "25"
a música deste último vídeo é um lhaço (música que acompanha a dança dos pauliteiros) dos poucos que não tem letra

9 de setembro de 2007

bilhete postal


Há dias em que uma pessoa não devia sair de casa e outros em que até vale a pena.
No passeio que hoje dei reconfortou-se-me a alma. Valeu a pena.
Pelo menos uma vintena de árvores ainda bem viçosas no começo do verão, plantadas no Parque da Cerca, estão a ficar completamente secas.
Pensei para comigo:
O vereador que detém o respectivo pelouro da Câmara é um verdadeiro humanista.
Com a electricidade e o gás ao preço que estão, há que dar aos pobres dos pobres (que cada vez são mais) a possibilidade de terem à mão lenha para se aquecerem no inverno que aí vem. E depois ainda poupa na água da rega, evitando assim um maior descalabro financeiro da autarquia.

7 de setembro de 2007

ADIO, LUCIANO !




3 de setembro de 2007

Verdi - Traviata - Choeur Bohémiens

27 de agosto de 2007

já foi. Cyd Cherisse

No tempo em que tudo era...

10 de agosto de 2007

é TEMPO de descansar (a vista)

8 de agosto de 2007

Duerme, duerme, negrito

2 de agosto de 2007

los pies en la cunita ...

Drume negrita

Mamá a la negrita, se le salen
los pies en la cunita
y la negra Merce’
ya no sabe qué hacer.

Dru drume negrita
si te duermes
v’y hacer una cunita
que va a tener capité
que va a tener cascabel.

Si tú drume
yo te traigo un mamei
bien colora’o
y si no drume
yo te traigo un babalá
que da pau bau.

Dru drume negrita
si te duermes
v’y hacer una cunita
que va a tener capité
que va a tener cascabel.

Autor: Bola de Nieve




O cantautor (cubano) é Bola de Nieve, que faz parte de um dos mitos latino-americanos do século XX.
-Quem era este personagem que com um simples piano e sua voz punha extasiados Edit Piaf, Pablo Neruda, Josephine Baker e Alejo Carpentier?
- "Yo soy un hombre triste que siempre canta alegre“, responder-lhe-ia ele.


Para o ouvir clique AQUI

21 de julho de 2007

sexo


Hoje apetece-me vir falar de sexo. A sério! e só para dizer que no meu tempo não se viam pouca -vergonhas como nos dias de hoje.
Namorar era só à janela e mesmo assim a mãe aparecia de vez em quando para ver aonde a filha deixava pôr as mãos.
Hoje está tudo mudado. Creio que por causa daquele grande sacanolas do Wilhelm Reich (ô lá como se chamava).
Nestes tempos tumultuosos, sexualmente falando, as netas daquela mãe de cima, só vão à janela para mandar uns piropos acompanhados da assobiadela da praxe ao gajo "bom" que passa na rua.
Mudam-se os tempos mudam-se as vontades.
Vejam bem o cúmulo da pouca vergonha que esta foto junta documenta.
Nos dias que correm qualquer lugar serve para se "pinar".

É PRECISO TER LATA (na verdadeira acepção da palavra)!...

Nota: Ela está de luto porque lhe morreu o pai ontem à tardinha...

20 de maio de 2007

Quarentena


Apontamento: Hoje, 4 de Julho, fui pela primeira vez ao barbeiro desde que entrei em quarentena. Quer saber como correu?- Clique AQUI.

Este blogue, por ter sido infectado de doença epidémica grave (passividade aguda), vai ficar incomunicável dentro das suas próprias incapacidades . A quarentena pode ser o remédio.

__[0]__

Antes, porém, deixo-vos à consideração estes links, documentos bem demonstrativos do tipo de sociedade que os patrões da "democracia" ocidental, subliminarmente, nos impingem:

PEDOFILIA, clique AQUI. - AQUI

17 de maio de 2007

Que mundo é este?

*Voilà les numéros de téléphone, du Portugal, si vous avez quelque information: (+00351) 289 884 500; (+00351)282 405 400; (+00351)218 641 00, ainsi que (+00351)112 (ou votre numéro d'urgence européen).

*PHONE IF YOU HAVE ANY INFORMATION (+00351)289 884 500; (+00351)282 405 400; (+00351)218 641 00; (+00351)112 (This is the Portuguese Emergency Phone Number).

Madeleine Maccann: Detail of her right eye

*Pormenor inconfundível do olho direito de Madeleine McCann que pode ser útil para a sua localização (pupila derramada para a íris) .

*Un rasgo inconfundible es el ojo derecho de Madeleine (pupila derramada hacia el iris).

*Madeleine´s right eye is unusual! ... the left eye is green.

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Copie e publique também os outros casos - clique AQUI

Veja-vea-see-voyez

fonte: outros blogues

5 de maio de 2007

Figueira da Foz (Uma Lenda?)








A FIGUEIRA (NA FOZ) - UMA LENDA

ERA UMA VEZ uma princesinha, chamada Nahida, que vivia num bonito castelo no sopé de uma pequena serra.
Do castelo via-se o mar e a serra e, a sul e nascente, sabia-se de um rio e uma larga planície verdejante.
Era o castelo onde, para além do rei, pai de Nahida, vivia também toda a corte e algum povo.
A rainha, a quem o rei amara perdidamente, morrera durante o parto de sua única filha.
Conta-se que depois desse triste evento o monarca ensandecera, tendo imposto uma lei para que fossem expulsas do castelo todas as famílias que tivessem filhos barões com menos de 20 anos; o mesmo sucedendo a quem os viesse a ter, até vinte anos depois do nascimento de Nahida.
Com esta medida o rei pretendia evitar que a sua filha morresse de parto como morreu a mãe, sua idolatrada esposa.
Queria por isso que sua filha, para quem transferiu todos os seus afectos, vivesse muitos anos e morresse casta.
A princesinha não poderia, pois, conhecer nem brincar com outra criança do sexo oposto.
A sua melhor companheira, da mesma idade, chamava-se Zahra e era a filha mais nova de um fidalgo por quem, excepcionalmente, o rei ensandecido nutria simpatia e confiança.
Entre as duas crianças floresceu uma ternura desmedida.
Os anos iam correndo com normalidade até que, um dia, a princesa foi acordada pela sua ama que, muito aflita, lhe contou que seu pai mandara expulsar do castelo toda a família de Zahra. Durante dois anos a princesa todos os dias chorava de tristeza pela perda da sua amiga e a crueldade do pai.
Certo dia, pela noitinha, a princesa resolveu fugir do castelo para procurar a sua amiga iludindo a vigilância dos guardas e caminhou em direcção ao rio. Fazia luar.
Já afastada do castelo, surpreendida, viu para os lados da foz do rio a silhueta de uma árvore frondosa cuja existência desconhecia.
Depois, ali perto, escondida entre altos juncos e alguns salgueiros, pareceu-lhe ver uma cabana. Receosa mas determinada, avançou até ela.
Junto a um pequeno barco que jazia, de lado, junto à entrada do abrigo, ouviu a respiração compassada mas estranha, de quem parecia dormir.
Temerária, a Princesinha a avançou e, sem ruído, foi entrando.
Deparou-se primeiro com alguns remos, redes e bóias encostados e suspensos aos ramos de um dos salgueiros que serviam de suporte àquele abrigo.
A um canto ficava um catre vazio, coberto por tecido lavado e de renda fina. Ao lado desse leito, tranquilamente, dormia um cão robusto de pêlo cuidado...
Intrigada e ao mesmo tempo receosa resolveu retirar-se com medo da reacção do animal, caso a descobrisse.
Esta descoberta levou-a a abandonar, temporariamente, o desejo de abalar do castelo, como castigo a seu pai. A curiosidade em saber quem ali vivia falou mais forte.
No dia seguinte, a velha ama contou à princesa que nas cercanias do castelo, rondou vezes sem conta, um bonito e manso cão que parecia trazer amarrado à coleira um pequeno objecto.
Na noite desse dia a princesinha voltou de novo ao abrigo dos salgueiros.
Já lá dentro, e com cautela, viu e retirou do pescoço do animal, que dormia, um pequeno invólucro de cartão que continha dentro um manuscrito.
Surpreendida, desenrolou-o e leu-o com os olhos rasos de lágrimas.
Era uma mensagem da sua companhia de infância, que tinha sido expulsa por seu pai.
Propunha-lhe nesse escrito que, se a quisesse ver, fosse junto à figueira, perto da foz. E que era debaixo dessa árvore que dormia quase todas as noites de verão, por ali se sentir mais segura e fresca.
Nahida acabara de ler o manuscrito que lhe era destinado.
Olhou em direcção à figueira e começou a correr como uma louca.
Ali chegada, depois de se abraçarem e fazerem amor, juraram os dois não mais se separar.
Conta a lenda que a Samuel, ao nascer, lhe fora dado o nome de Zahra e passou a vestir-se de menina. Ardilosamente, os pais de Samuel (Zahra) tentaram evitar, daquela maneira, serem desterrados para longe do castelo.
Só que, certa noite de verão, o rei surpreendeu, nuas, a sua filha e Samuel beijando-se apaixonadamente.

...«o»...

Conta-se que Nahida e Samuel se voltaram a encontrar junto da árvore frondosa que ficava perto da foz do rio.
Pouco tempo depois do primeiro encontro, providencialmente, o rei morreu.
Meses depois, ambos resolveram mandar erigir junto à velha figueira um palácio de verão para assinalar para sempre o seu reencontro. À volta desse palácio à beira rio foi surgindo, ao longo dos tempos, uma bonita povoação de onde se avistava a norte, no coração de Buarcos, o castelo do reino, do qual ainda hoje restam vestígios.

A essa nova povoação, virada a sul do castelo, o povo passou a chamar de Figueira da Foz em homenagem áquele atribulado e persistente amor
.

-------------~~0~~--------------






Buarcos (Castelo de)
Figueira da Foz
Torre de Redondos De um “velho castelo quadrado que se erguia sobranceiro à povoação”, também designado como “Torre” ou “Castelo de Redondos”, que aparece já citado numa doação de D. Afonso Henriques de 1143, subsiste hoje apenas um cunhal. Pela sua posição estratégica, defendeu o povoado de incursões e desembarques de tropas inimigas
Fotos dos sites "Figueira digital" e "Figueira Turismo"

mais fotos do concelho: AQUI , AQUI e AQUI






S.O.S. - Maddy is missing!

HAVE YOU SEEN THIS LITTLE GIRL?
AS-TU VU CETTE PETITE FILLE?
(Post sobretudo para Bloggers estrangeiros que visitem nossos blogs.Copiem!)




3 YEAR OLD MADDY McCann's IS MISSING! SPREAD THE WORD!


PHONE IF YOU HAVE ANY INFORMATION (+00351)289 884 500, (+00351) 282 405 400 , (+00351) 218 641 00 , (+00351) 112 (This is the Portuguese Emergency Phone Number).

This english girl is missing. She disappeared from her bedroom in Algarve (Portugal) on May 3rd where she was with her parents on vacation. She may face international illegal adoption or sexual exploitation. She might be out of portuguese borders already. Help finding her spreading this message and Maddie’s photos on your blogs.


~~~~o0o~~~~

Voilà les numéros de téléphone, du Portugal, si vous avez quelque information: (+351) 289 884 500; (+00351)282 405 400; (+00351)218 641 00, ainsi que (+00351)112 (ou encore votre numéro d'urgence européen).

Cette petite fille anglaise est disparue au 3 Mai de l’Algarve (Portugal) où elle était avec les parents en vacances. Probablement elle est déjà dehors la frontière portugaise. Si vous avez d’informations appelez les numéros de téléphone. Aide Maddie ! Mettez le message et photos dans vos blogs.

~~~~o0o~~~~

Amigos:

Desde Portugal piden por el Paradero de esta niña que está desaparecida. En el caso que alguién sepa algo, más arriba tienen todos los datos para comunicarse. Todos necesitamos de todos. Muchas gracias. (colaboración de: Adal).

~~~~o0o~~~~

Amigos:

Menina inglesa desaparecida a 3 de Maio do Algarve(Portugal) onde estava de férias com os pais. Provavelmente já se encontra fora de Portugal. Se tiver informações telefone para os números acima. Ajude Maddie! Coloque esta mensagem e fotos no seu blog!

~~~~o0o~~~~

HABEN SIE DIESES KLEINE MÄDCHEN GESEHEN?

Dieses kleine Mädchen wird vermisst!Sie ist von ihrem Hotelzimmer an der Algarve (Praia da Luz- Portugal) am 3. Mai, wo sie Ferien mit ihrem Eltern gemacht hat, verschwunden .Es ist möglich, dass sie für illegale Adoption oder sexuell Mißbrauch entführt worden ist.Vielleicht hat sie Portugal schon verlassen.Wenn Sie Informationen oder Hinweise haben, rufen Sie, bitte, die gegebene Telefonnummer an.Helfen Sie Maddie!Posten Sie, bitte, diese Nachricht mit fotos in ihre Blogs!



Translate this to other languages please! Italian, Russian, Greek, etc. I'll had it here! This is a post for foreign bloggers that might visit portuguese bloggers. Thank you!



Copiado deste blogue . Copie e divulgue. Save as Draft Publish

1 de maio de 2007

PRIMEIRO DE MAIO, sempre!

Painting depicting Statue of Liberty, placed for May Day celebrations, is seen in front of image of revolutionary leader Ernesto 'Che' Guevara in Havana, 01 May, 2007




Mario Viegas - O operário em construção

Ver história do 1º de Maio

AQUI

Veer história del 1º. Mayo AQUI

22 de abril de 2007

As portas que ABRIL abriu



25 de Abril, sempre!




Ou:


Clique AQUI





14 de abril de 2007

O SIMPLEX


Por causa da saúde do Sr. Joaquim, o tal meu vizinho que caiu pelas escadas abaixo, fui hoje à tardinha ao serviço de urgências do posto local do Serviço Nacional de Saúde.

Por gentileza do clínico, foi aberta uma excepção para o caso do velhote, evitando-me assim ter que despertar de madrugada para conseguir nova consulta.

Fui muito bem recebida e, depois de passada a receita pretendida, ainda houve tempo para dois dedos de conversa.

Falámos dos diplomas de Sócrates. Ele é de opinião que o nosso P.M. é um homem competentíssimo para o lugar que ocupa.

A ele, médico, não lhe interessa se os diplomas em discussão foram conseguidos com ou sem favores.

Para reforçar a sua tese, admitiu até a possibilidade de, por exemplo, Jerónimo de Sousa ter entrado com cunha na Metalúrgica MEC ou ter conseguido tirar o 4º ano da Escola Industrial à base de favores.

Alegação que, por tão descontextualizada, me deixou intrigada. Mas enfim...


Saída do seu gabinete, dirigi-me a outro sector do Centro de Saúde.

Aí informei-me do que havia a fazer para o meu velho e acamado vizinho ter um novo Cartão de Utente, por ter extraviado o seu. Em substituição, tinham-lhe passado há muito tempo, uma espécie de credencial que ia utilizando cada vez que precisava. Mas já se encontrava em muito mau estado.

Posto ao corrente do que era necessário, tratei mesmo ali do assunto. Entreguei uma nota de cinco euros e devolveram-me o troco, bem assim como uma nova folha A4, pré-impressa, onde constava, escrito à mão, que substituía o Cartão em causa até o mesmo ser emitido.

Pensei cá para os meus botões:

"O médico é capaz de ter razão. Efectivamente isto foi muito simples de tratar. O "Simplex" é o máximo! Agora percebo porque ele estabeleceu a comparação entre o P.M. e o outro político, antigo afinador de máquinas. O homem, pelo jeito, nunca suportou as burocracias dos chamados países socialistas de Leste e daí, pimba! "


Saí satisfeita e já menos preocupada com o futuro deste país.
À saída, a caminho de casa, voltei para trás.


Tinha-me esquecido de perguntar à funcionária que me atendeu, a partir de que dia deveria voltar para que me entregassem o novo Cartão.

A resposta foi rápida:

"Isto está atrasado cerca de oito meses. Volte cá para o fim do ano, pode ser que tenha sorte!"...


Z'defa Fava

Engª.Obras Feitas

3 de abril de 2007

"À portuguesa"

O povão, esse que nem para comer quase tinha, está a ficar "fino", derivado à requintada cultura que emana dos seus governantes...
Apesar das "benesses" de que já desfrutava, por poder ir "aviar-se" em qualquer tipo de estabelecimento, desde que não "desvie" mercadoria de valor superior a 96,00 euros por dia (ver aqui), descobriu entre outros, um novo método para ter mais uns trocos. Eu conto:
O meu vizinho, um velhote solitário que está acamado há uns dias, veio bater-me à porta, arrastando-se com dificuldade, "pedir mais um favor", dizia ele.
Por isso, levantei-me hoje às quatro horas da manhã para lhe poder ajudar a marcar uma consulta médica no Serviço Nacional de Saúde, cujo posto fica a pouco mais de um quilómetro do nosso prédio.
As normas impostas pelo médico de família do meu vizinho (cada médico, aqui, impõe as suas regras!) não permitem que atenda mais de dez doentes por dia (das 8 ao meio dia).
Chegada ao Posto Médico, já lá se encontravam seis pessoas.
Uma mulher cinquentona, avantajada e de barriga proeminente, dirigiu-se-me dizendo:
"Olhe que você é a décima primeira a chegar, por isso é melhor ir andando..."
Confiei e fui-me embora, apesar de preocupada com a saúde do velhote, meu vizinho.
No dia seguinte voltei já avisada de que dessas seis pessoas que lá se encontravam no dia anterior, quatro delas se "desenrascavam" cobrando a cada interessado que as abordasse, dez euros por pessoa, para por elas se colocarem na fila de espera até às oito horas da manhã.
A estratégia resultava quase sempre, disseram-me, visto que se a situação fosse denunciada, logo aparecia - depois de avisado por telemóvel - um grupo de energúmenos com ameaças de confronto físico.
Se lhes perguntassem, como eu lhes perguntei ontém, onde se encontravam as outras quatro pessoas que estavam à minha frente, a resposta era rápida:
"Estão para aí nos carros, a descansar ou foram dar uma volta..."
Eram quase sete horas e meia da manhã de hoje, quando telefonei à minha filha para chamar um taxi e avisar o nosso vizinho de que se devia apressar para vir tomar a sua vez, e que o taxi estava a chegar.
Vinte minutos depois liga-me a minha filha, aflita, dizendo-me que o Sr. Joaquim tinha caído pelas escadas abaixo, desde o nosso andar, e fora levado de ambulância para o Hospital Distrital...
Z'défa Fava
engª. obras feitas


26 de março de 2007

Estou triste




ou clique AQUI




"Até que enfim que apareceu um pequeno sinal certo, talvez na hora certa!".

Ter-me-ia dito, hoje, um amigo que, anos atrás, desiludido com o incumprimento das promessas apregoadas nos pós 25 de Abril, me confidenciou: "Precisamos de uma Revolução a sério, pá!Tomara eu de volta o 24 de Abril, para varrermos com os filhotes do salazarismo, que tomaram de novo conta das nossas vidas!"

E isto foi quando ainda o descalabro não era tamanho.
Quando ainda o Estado não tinha ensaiado a protecção despudorada aos todo-poderosos do grande capital, aos pedófilos e aos corruptos.

Quando ainda o Estado se dizia empenhado em fazer da cultura, da saúde e do emprego, uma bandeira.

A prática salazarenta, afinal, como dizia o meu amigo, sempre esteve presente na governação e na maior parte dos meios de informação públicos e privados. E até em algumas escolas.

Acabo de ver o ar sorridente da Maria Elisa, na televisão. O programa "O melhor português de sempre" tinha chegado ao fim.

A Europa também vai sorrir.

Sim, a Europa. A Europa do grande capital e dos nazi-fascistas.

A outra Europa vai estranhar e ficar triste, mesmo sabendo do nosso proverbial atraso em quase todos os domínios.

O meu amigo, esse, se fosse vivo, também iria sorrir, mas por razões diferentes...

18 de março de 2007

O pesadelo (Wrong Way)


Esta noite tive um pesadelo.

Sonhei com um país com o qual Portugal não podia manter relações comerciais.

Um país onde, por um lado, havia restrições (em catadupa) destinadas aos mais desfavorecidos e, por outro, havia o alargamento de regalias de que gozavam apenas pequenas minorias.

Para os primeiros, eram maternidades que fechavam; eram serviços de urgência que encerravam; eram consulados que desapareciam; eram impostos e preços de bens que subiam; eram ordenados congelados; eram fábricas que se deslocalizavam; eram empregos que faltavam; eram... etc., etc.

Para os segundos, eram os elevados privilégios fiscais que se mantinham; era a melhoria das leis para defesa dos seus interesses; eram promessas de virem a gerir os serviços nacionais de saúde; eram... etc., etc.

Nesse pesadelo dei comigo a perguntar-me:

"Como seria este país se todos, os que ainda têm emprego, deixassem de trabalhar durante seis meses e passassem a sustentar os seus filhos através da sua força de trabalho, por conta própria, na lavoura ou na pesca ?"

Estava certo de que o país pararia, literalmente.

Mas seria que o país se desmonorava se apenas patrões e muitos políticos fossem de férias?

Não, não paralizaria. Funcionaria com menos burocracia, talvez um pouco anarquicamente, mas funcionaria.

Por isso apeteceu-me, nesse pesadelo, dizer a quem nos governava e a quem nos empregava:

"Tenham cuidado rapazes, olhem que nós podemos acordar!"

História do Fado: AQUI

9 de março de 2007

Chácara ou Paraíso?

pobre, depois de uma "queda" numa grande superfície comercial


Há dias em que uma pessoa, ao ler uma notícia, fica logo irritada pela manhã.

E isso tem-me sucedido, ultimamente, com uma frequência preocupante.

Hoje porém, dou graças a Deus por me terem poupado a mais um desses dias.

Acabo de ler que o novo Código Penal prevê que crimes de furto simples deixem de ser, na prática, crime.

Nos casos em que, por exemplo, um pobre "roube", de cada vez, nos armazéns do Belmiro de Azevedo, bens que não ultrapassem 96 euros, este, que não é parvo, não vai chatear-se com isso.

Isto porque, para ser ressarcido do valor roubado, teria que dispor de perto de 200 euros para constituição de assistente e outras despesas de tribunal.


Eu já era uma grande admiradora do outro Engenheiro mas agora vou-me inscrever no seu clube de fans.


Os ricos que paguem a crise, já que não se vislumbra a década em que o desemprego e miséria deixem de crescer nesta Chácara transformada agora em Paraíso.

Só me chatearia se os pequenos comerciantes, em vias de falência, pudessem vir também a ser alvo desses pequenos (?) desvios diários, perpetrados por mendigos não sensíveis a questões de solidariedade.

Mas para estes comerciantes, que também não são parvos, resta-lhes sempre a alternativa de irem aos Continentes...

Se não se prendem os ladrões ricos, porque se haviam de prender os ladrões pobres?...
O Governo tem tudo previsto.


Z'défa Fava
(enga. obras feitas)
Nota: concorra às quadras AQUI.

1 de março de 2007

A Chácara

Tive um amigo, mais velho, que me dizia não ser Portugal um país.

"Portugal é uma Chácara", dizia ele, com seu ar carrancudo de anti-comunista convicto.

Dizía isso para me irritar. Ele sabia como "levar-me aos arames".

Hoje, decorridos muitos anos depois da sua "partida", tenho que reconhecer que que o meu amigo tinha razão.

Mas a culpa não é do País . A culpa é da maioria dos portugueses.

Enquanto consentirmos, votando, que se cometam arbitrariedades (em defesa de interesses ideológicos, políticos e económicos das minorias), não podemos considerar-nos cidadãos de corpo inteiro.

Ideologicamente, Sousa Lara (o tal das negociatas da "Moderna"), num governo de Cavaco Silva, cometeu, há tempos, um tremendo crime cultural.

Ao negar-se a apresentar a candidatura de José Saramago ao Prémio Nobel, só (?) porque este escreveu um livro cujo título (O Evangelho segundo Jesus Cristo) não lhe agradava, cometeu uma "revanche" bacôca, sem precedentes.

Pacoviamente, agora ao nível da blogolândia, temos seguidores de Sousa Lara:

Hoje li, por acaso, um "comment" sobre o nosso Prémio Nobel, postado em 28.12.2006, que nos define bem, a quase todos nós:

-" É uma opinião. Para mim, alguém que é comuna é à partida má pessoa antes de tudo!(...) ".

O que me valeu foi ter lido a seguir, para meu conforto, o que singela e signigicativamente fizeram ao nosso Saramago, numa cidade de Espanha.
Tenho a certeza de que o meu amigo, se fosse vivo e do que precede tivesse conhecimento, me diria assim, quando me encontrasse, apesar do seu anti-comunismo convicto:
- "Mas a Espanha é um país, meu amigo!..."

ver também: Clique AQUI.

21 de fevereiro de 2007

as bichas

Conhecemos pelo menos três tipos de bichas: as que se acoitam no quentinho da via intestinal, as que arreliam os utentes das Repartições de Finanças e as que se pavoneiam por alguns órgãos de comunicação social, excluindo os seus diligentes trabalhadores.
É destas últimas que falo hoje, eu, que não sou homofóbica.
Sem se confundirem com a ténia nem com vulgar contribuinte, por serem mais ariscas e habilidosas, estas têm cada vez mais poder sobre as nossas vidas.
São elas, não sei se apenas pela lucidez do seu pensamento, que nos ditam as modas de toda a espécie. Desde as novas vias da política até às modas dos amores e desamores, dos "stripteases", dos "creams", dos "botoxs", dos "liftings", das comidas "light", "and so on"...
Faço votos para que estas últimas nunca venham a empestar a blogolândia porque, a verificar-se, ainda maior perigo correriam os blogues que não têm visitas nem "comments" correspondentes ao seu verdadeiro valor.
Digo isto, obviamente, sem a pretensão de pensar que os três, onde às vezes escrevo, se possam incluir neste mui restrito grupo de blogues... até porque, quanto a clientela, me parece estarem bem haviados...
Beijinhos.

'Zdefa Fava
engª. obras feitas

18 de fevereiro de 2007

O POETA

"Cadeira do poeta Fernando Pessoa no seu espaço poético"
-Óleo de Costa Pinheiro

O POETA É UM FINGIDOR...

O Poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve
Na dor lida sentem bem
Não as suas que ele teve,
Mas só as que eles não têm.

E assim nas calhas da roda
Gira a entreter a razão
Esse comboio de corda
Que se chama coração.


@@@OOoOO@@@

The poet is a fake.
His faking seems so real
That he will fake the ache
Which he can really feel.

And Those who read his cries
Feel in the paper tears
Not two aches that are his
But one that is not theirs.

And so round in its ring
Giving the mind a game
Goes this train on a string
And the heart is its name.
Fernando Pessoa
~~~~~~oOo~~~~~~
http://www.vidaslusofonas.pt/fernando_pessoa.htm

Site en lengua española: Clica AQUI para conocer Fernando Pessoa

10 de fevereiro de 2007

Aborto - Dr. Gentil Martins

Há alguns dias escrevi, noutro blogue, sobre a masturbação como forma de procriação (assistida) e terminei o poste dizendo: "Abaixo o Coito!", fazendo ao mesmo tempo apologia indirecta ao uso do vício solitário como forma de se evitar, com toda a segurança, o aborto.

Venho aqui, hoje, humildemente, pedir perdão pela heresia.

Tenho que reconhecer que o Dr. Gentil Martins tem toda a razão do mundo ao garantir que há vida desde o momento da concepção (fusão de cromossomas do óvulo com o espermatozóide).

E mais, ele foi demasiado benevolente para com os de opinião contrária, visto que a ciência parece provar que há vida também no esperma (porque se assim não fosse, como teriam os espermatozóides condições para trilhar caminho, nadando, até ao óvulo - que, ao que parece, também incorpora vida?).

Concluo pois, que pelo menos a masturbação masculina (vício solitário), é o processo onde, primordialmente, se cometem mais infanticídios.


Assim sendo, tenho que proclamar alto e bom som, não "abaixo o coito", mas sim:
"Abaixo o Coito e a Masturbação, para quem não quer procriar!"

'Zdefa Fava
(Engª. Obras Feitas)

5 de fevereiro de 2007

O ABORTO: mulheres ricas/mulheres pobres

Despenalização: VOTO NÃO

PELAS LEIS DO HOMEM:
Com a vitória do NÃO no Referendo,
i - As mulheres com fracos recursos económicos - a maioria das mulheres - que abortem em Portugal, se denunciadas, irão ser julgadas, eventualmente enxovalhadas na praça pública e presas (pois, muito mau Estado teríamos, se este continuasse a fechar os olhos ao que, agora por referendo, se confirmou ser criminalizável).
ii - As mulheres com bons recursos económicos, que não abortem em Portugal, não serão denunciadas, nem julgadas, nem presas, nem enxovalhadas na praça pública.

PELAS LEIS DE DEUS:
Umas e outras serão eventualmente penalizadas.

Conclusão: as pobres são castigadas duas vezes pelo mesmo crime e as outras apenas uma.

@@«»@@

Despenalização: VOTO SIM

PELAS LEIS DO HOMEM:
Com a vitória do SIM no Referendo,
i - Nenhuma grávida, de qualquer condição social, será criminalizada se interromper a gravidez até às 10 semanas.
ii -
(a) - Ultrapassadas as 10 semanas e se denunciadas, as grávidas com fracos recursos económicos passarão a ser julgadas, eventualmente enxovalhadas na praça pública e presas.
(b) - Ultrapassadas as 10 semanas, as grávidas com bons recursos económicos não serão denunciadas, nem julgadas, nem enxovalhadas, nem presas, se recorrerem a clínicas no estrangeiro.

PELAS LEIS DE DEUS:
Umas e outras serão eventualmente penalizadas.

Conclusão: As pobres são castigadas duas vezes pelo mesmo crime e as outras apenas uma.

Nota [clique]: Como sou virgem e entrei na menopausa, tanto se me dá como se me deu, isto é, votem no que lhes der na real gana!
Porém, se não fosse velha, não era o não que me levava o voto, não! ...

'Zdefa Fava
(Engª. de Obras Feitas)

gil

3 de fevereiro de 2007

águia depenada...

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gil

27 de janeiro de 2007

As crianças e os castigos

Desta vez a professora não bateu nas crianças.

Este novo caso de castigos, que sem gosto aqui venho trazer, passou-se em Coimbra, esta semana. Na Escola do 1.º Ciclo de Almedina.

Ao contrário das vezes anteriores, em que escrevi sobre castigos corporais aplicados a crianças de tenra idade, aqui ninguém bateu em crianças.

Especialistas na área da educação alertam, no entanto, para mais esta forma incorrecta de educar seja quem for.

Não lembra ao diabo voltar-se a utilizar, no séc. XXI, para além da pancada, castigos como os que parece terem sido dados a algumas crianças dessa escola: Carregarem cartazes com frases vexatórias denunciando a sua incapacidade para lidarem com outros companheiros, cartazes que, em vez de contribuírem para o seu desenvolvimento harmonioso, as afasta cada vez mais de comportamentos ditos civilizados.

Se alguns pais, teoricamente capazes de dar uma educação decente aos seus filhos, se demitem dessa função; se nos currículos de alguns professores não estão incluídos métodos de como lidar com crianças problemáticas, ou existindo esses métodos renunciam em aplicá-los; se os responsáveis primeiros pelo ensino em Portugal se demitem de criar condições para que não haja indisciplina nas escolas em geral e muito em particular nas escolas onde se encontram crianças de tenra idade; se o Estado não cria condições para que cada vez haja menos injustiça social, como a que alastra, cada vez, mais pelo país fora,
não nos devemos admirar que continuemos, nas próximas décadas, na cauda da Europa, tendo por companhia apenas países com os níveis de desenvolvimento cultural, social e económico, semelhante aos dos mais pobres do norte do continente africano.

gil

25 de janeiro de 2007

rãs ribeirinhas, ratazanas, rabequinhas, rabos-ruivo


Rabosana rabdomântica raciocinativa, resolvi rever remansado ribeiro regando relva recreatória reclamadamente radiactiva.
Radicadas rãs ribeirinhas, ratos-cego, ratazanas, rabequinhas, rabos-ruivo rabigos, rabiavam-se, rafados.
Receei revê-los, radiactivos, recriando-se.
Radiouvinte renitente, reescutei resumo radiofónico referente reiterada reclamação.
Revelava-se:
-"Reclamação requer revisão. Radiactividade reencontrada. Relva regularmente regada revelou relevante resultado radiactivo. Receio recrudescente, ratifica razão recriminadora".
Reconfirmado.
Resoluta, resolvi retirar-me.
Reconhecendo-me rapariga raquítica, requisitei radiografia rápida receando relevantes resultados repercutentes.
Relva regada retem resíduos radiactivos, recorrentemente.
Relapsa, reivindico: -Retirem relva recontaminada rapidamente!

'Zdéfa Fava(Engª. Obras feitas)
gil

24 de janeiro de 2007

anelo

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gil

16 de janeiro de 2007

Mais gente de pêlo na venta

Não nos bastava sermos os últimos em quase tudo o que é relevante e os primeiros em quase tudo o que é negativo!

Em quase tudo, porque pensava que, neste país de Abril saído, ainda nos restava a Justiça, o Ensino e pouco mais, para não sentirmos alguma vergonha de estarmos aqui.

Admito que sejam casos pontuais, os que se têm passado neste país desde há um ano a esta parte e aos quais me referi, em devido tempo, noutro blog.

Mas, mesmo assim, não deixam de ser sintomáticos e inquietantes estes e outros sinais que vemos, ouvimos e lemos, quais trombetas anunciadoras de próximas desgraças, fechando o cerco às muralhas da nossa esperança.

O tema do poste anterior era sobre crianças e este sobre crianças é.

Em 12.06.2006, Tânia Laranjo, no Jornal "O Públco", escrevia:

"Responsável de lar de Setúbal absolvida de maus tratos.

Supremo considera lícitos "correctivos" corporais dados a crianças deficientes.

O PÚBLICO avança hoje que o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) considerou "aceitável" o comportamento da responsável de um lar de crianças deficientes de Setúbal, indiciada por maus tratos, nomeadamente por dar palmadas e estaladas aos menores e por fechá-los em quartos escuros quando se recusavam a comer."

Notícia que aqui fica de novo, para que conste.

15 de janeiro de 2007

flor em azul


gil Posted by Picasa

8 de janeiro de 2007

Professoras de pêlo na venta

(conclusão)


Além de covarde, aquela senhora professora é também o espelho vivo da falta de rigor a que terá chegado a arte de educar e instruir neste nosso Portugal triste e quase sem esperança.
Já no começo do século passado pedagogos alertavam para as sequelas psicológicas causadas pelos maus tratos dos professores aos alunos.
Essa professora(?) e a sua directora, podem até desconhecer Maria Montessori ou Célestin Freinet, mas tinham obrigação de saber que, no ser humano, violência gera traumas, gera de novo violência.
É covardia a agressão a uma criança, já por natureza indefesa, mesmo quando ela se revela irrequieta e indisciplinada.

-S'tôras! Falem a esse menino, pedindo-lhe desculpa, olhos nos olhos... falem-lhe com afectividade, tenham alguma paciência... mesmo que seja contra a vossa natureza!

Porque se o fizerem, verão de novo honrados os vossos diplomas e profissão, que conseguiram com o vosso esforço, mas também com os impostos de todos os trabalhadores portugueses.
Xequim Sêco

gil

7 de janeiro de 2007

Professoras de pêlo na venta

(continuação)

Uma criança é agredida recorrentemente por uma professora, com o conhecimento da directora da escola onde lecciona.

Nessa escola, do Primeiro Ciclo, parece existirem professoras que herdaram do salazarismo, as normas do ensino.

Castigos corporais às crianças ("reguadas"), eram "permitidos" sim, mas no tempo do fascismo; Na época em que o ensino era ditado para não pensarmos.

Se já nesse tempo era pedagogicamente desaconselhado bater-se numa criança, uma vez que fosse, o que dizer então de uma professora que nos dias de hoje, bate repetidamente a um pequeno ser?

Sobretudo a uma criança que, ao que parece, é vítima (revoltada) do abandono a que foi votada pelos próprios pais.

Ele é o exemplo do menino que nasceu sem amor e em ambiente hostil - como aquele que no começo apontei - e que só outro tipo de sociedade poderá irradicar.


(continua)

5 de janeiro de 2007

Professoras de pêlo na venta

(continuação)

E por isso, passivamente, muitíssima gente continua a esperar (em frente ao televisor) por uma qualquer nevoenta noite de sexta-feira onde, improvavelmente, lhe anunciarão a sua ascensão ao topo da pirâmide, através do euromilhões.
Até nós - que não estamos muito longe do vértice dessa pirâmide - esperamos, inconscientemente, por outra Sexta-Feira de nevoeiro enquanto reivindicamos, ao som de um baile mandado, o que sobrou do banquete de salão farto que nos permite ter vivenda, casa de praia e carros, mas poucas vezes a felicidade!
Mas volto às crianças (afinal diz o poeta, e bem, "que o melhor do mundo são as crianças") para dizer que, mesmo numa sociedade melhor que a que temos, não bastaria para todas elas terem uma casa bem construída e família atenta.
A casa e a família, mesmo com esses meios adequados, não serão, pois, só por si suficientes para compensar a falta de qualificação de um professor.
O que não será quando a casa não existe, as carências afectivas de um lar estão ausentes e o professor não tem qualidade!
E tudo isto, que precede, vem a propósito de notícia que há tempos tive e me estragou o dia:

(continua)