("...Mas é evidente que um elemento toxicodependente numa família é gerador de grandes angústias, enornes problemas." - afirma João Goulão, médico que preside ao Instituto da Droga e Toxicodependência. In: Notícias Magazine de 29 de Janeiro de 2006)
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Amigos:
Eu sou habitante de um pequeno país imaginário onde existe um povo diferente e especial. Nem pior nem melhor, na generalidade, que o de um país real, mas mesmo assim diferente e especial.
Gosto muito do meu país, como hão-de compreender, e para que outros o conheçam vou dar notícias dele, ao acaso, sempre que julgue interessante o que tenho para vos dizer.
Temos expressões escritas e faladas equivalentes ás dos portugueses mas com significados diferentes, e também formas de encarar os grandes problemas da vida com maior pragmatismo que vós.
Escolhi, para início da minha correspondência, contar-vos uma experiência que ensaiámos com êxito há alguns anos e que sei poder vir um dia a interessar-vos, a vocês, habitantes do mundo real.
Era eu ainda criança quando, antes da sua inauguração, visitei com outros alunos, o Hospital-Colónia Rovysgo Vais, situado na Kocha, a poucos quilómetros da Macieyra da Voz. (não conheceis, decerto, o nome nem as localidades por serem imaginadas, mas são-me necessários para tentar criar-vos uma ideia da nossa "realidade").
Pela sua extensão, organização e disposição arquitetónica foi considerado, à época e ainda hoje,
a maior e mais bem apetrechada instituição da Worlddollândia para recuperação de leprosos (toxicómanos na nossa língua).
Decorriam os anos 40 do século passado.
(CONTINUA)
31 de outubro de 2006
19 de outubro de 2006
16 de outubro de 2006
OS CIGANOS
(continuação)
No meu passeio da tarde, deste Domingo, fui vizitá-los."Trago aqui umas roupas usadas para os senhores. Querem?"
O homem olhou para mim, algo distraído, enquanto pegava num vime que a filha lhe passava, depois da última laçada no cêsto.
A esposa, agarrada a uma vassoura, limpando o chão ao redor da carrinha, falou assim, para o seu homem: "Este é o sinhor que onte te contei".
Pouco à-vontade, atirei: "E o bébé?" - "Está a dormir", disse ele.
Quando, de volta, acartava o cêsto que comprei, fiquei deveras assustado ao sentir-me puxado pelas calças.
Era a ciganita, que - de óculos de criança, escuros, na testa - com seu ar reguila, me impôs: "Senhor, dê-me uma moeda, que é pr'ó leite do meu bébé."
fim
gil
No meu passeio da tarde, deste Domingo, fui vizitá-los."Trago aqui umas roupas usadas para os senhores. Querem?"
O homem olhou para mim, algo distraído, enquanto pegava num vime que a filha lhe passava, depois da última laçada no cêsto.
A esposa, agarrada a uma vassoura, limpando o chão ao redor da carrinha, falou assim, para o seu homem: "Este é o sinhor que onte te contei".
Pouco à-vontade, atirei: "E o bébé?" - "Está a dormir", disse ele.
Quando, de volta, acartava o cêsto que comprei, fiquei deveras assustado ao sentir-me puxado pelas calças.
Era a ciganita, que - de óculos de criança, escuros, na testa - com seu ar reguila, me impôs: "Senhor, dê-me uma moeda, que é pr'ó leite do meu bébé."
fim
gil
15 de outubro de 2006
OS CIGANOS
(continuação)
"Sinhor, sinhora, compre-me um cêsto p'ra dar leite ao meu bébé!"
As pessoas, apressadas, passavam ao lado do recém-nascido e da mãe...olhando para o lado.
Ninguém lhe comprara nada nesse dia, disse-me ela. Que apenas tinha amealhado alguns "tostões" de pessoas que não lhe quizeram virar a cara.
Perguntei, então, no contexto da conversa, onde moravam. Que moravam numa velha carrinha , no Parque das Finanças, disse.
Relutante, mas ultrapassando o pudor - tanta era a minha curiosidade, dado o asseio que demonstravam - atrevi-me a perguntar-lhe, ainda, onde tomavam banho e faziam as suas necessidades. Que tinham autorização do dono da bomba para utilizarem um quarto de banho - com chuveiro - desde que o deixassem limpo!
No meu passeio da tarde, deste Domingo, fui vizitá-los."Trago aqui umas roupas usadas para os senhores. Querem?"
(CONTINUA)
"Sinhor, sinhora, compre-me um cêsto p'ra dar leite ao meu bébé!"
As pessoas, apressadas, passavam ao lado do recém-nascido e da mãe...olhando para o lado.
Ninguém lhe comprara nada nesse dia, disse-me ela. Que apenas tinha amealhado alguns "tostões" de pessoas que não lhe quizeram virar a cara.
Perguntei, então, no contexto da conversa, onde moravam. Que moravam numa velha carrinha , no Parque das Finanças, disse.
Relutante, mas ultrapassando o pudor - tanta era a minha curiosidade, dado o asseio que demonstravam - atrevi-me a perguntar-lhe, ainda, onde tomavam banho e faziam as suas necessidades. Que tinham autorização do dono da bomba para utilizarem um quarto de banho - com chuveiro - desde que o deixassem limpo!
No meu passeio da tarde, deste Domingo, fui vizitá-los."Trago aqui umas roupas usadas para os senhores. Querem?"
(CONTINUA)
12 de outubro de 2006
OS CIGANOS
(continuação)
Que eram pessoas muito limpas, educadas e trabalhadoras, como se os ciganos tivessem que ser sujos, malcriados e malandros.
E que, por causa do Inverno rigoroso, tinham muita pena das crianças.
Que ele fazia cêstos sem parar- sempre ajudado pela criança, que não teria mais de 5 anos - e que a companheira os tentava vender, de bébé ao colo, ao pé dos supermercados.
Essa conversa de café levou-me a alterar o meu "circuito de manutenção" habitual, mais por curiosidade que por outra coisa: Fiz passagem pelos "supermercados" da cidade.
Junto à porta de saída de um deles, olhei e vi a cigana - com o seu ar natural de dignidade, que a raça lhe empresta.
A quem passava junto de si, carregada de alimentos e outros artigos, dizia:
"Sinhor, sinhora, compre-me um cêsto p'ra dar leite ao meu bébé!"
(CONTINUA)
Que eram pessoas muito limpas, educadas e trabalhadoras, como se os ciganos tivessem que ser sujos, malcriados e malandros.
E que, por causa do Inverno rigoroso, tinham muita pena das crianças.
Que ele fazia cêstos sem parar- sempre ajudado pela criança, que não teria mais de 5 anos - e que a companheira os tentava vender, de bébé ao colo, ao pé dos supermercados.
Essa conversa de café levou-me a alterar o meu "circuito de manutenção" habitual, mais por curiosidade que por outra coisa: Fiz passagem pelos "supermercados" da cidade.
Junto à porta de saída de um deles, olhei e vi a cigana - com o seu ar natural de dignidade, que a raça lhe empresta.
A quem passava junto de si, carregada de alimentos e outros artigos, dizia:
"Sinhor, sinhora, compre-me um cêsto p'ra dar leite ao meu bébé!"
(CONTINUA)
10 de outubro de 2006
OS CIGANOS
"Escrever é acto meritório: de aplaudir, mesmo que o produto deixe muito a desejar - quem se intromete pelos caminhos da escrita, pelo menos vai descobrindo as dificuldades e auto-educando-se pelas leituras; cresce como pessoa e cresce como público - entendendo que fazer a mão é ofício espinhoso, melhor compreenderá o sofrimento do escritor".
Não sei quem escreveu este elogio aos escritores. De qualquer modo sinto que, se escrevendo mal como escrevo, custa tanto, quanto não custará escrever como um escritor!
Aqui vai pespegada mais uma estória, com a advertência de que irá sendo modificada ao longo do tempo, intentando ver-me crescer, pelo menos, como pessoa.
OS CIGANOS
Ouvi dizer, há dias, que se encontravam acampados na cidade, há muitos meses, um jovem casal de ciganos e seus dois filhotes. Não disseram onde. Que eram pessoas muito limpas, educadas e trabalhadoras, como se os ciganos tivessem que ser sujos, malcriados e malandros.
(CONTINUA)
Não sei quem escreveu este elogio aos escritores. De qualquer modo sinto que, se escrevendo mal como escrevo, custa tanto, quanto não custará escrever como um escritor!
Aqui vai pespegada mais uma estória, com a advertência de que irá sendo modificada ao longo do tempo, intentando ver-me crescer, pelo menos, como pessoa.
OS CIGANOS
Ouvi dizer, há dias, que se encontravam acampados na cidade, há muitos meses, um jovem casal de ciganos e seus dois filhotes. Não disseram onde. Que eram pessoas muito limpas, educadas e trabalhadoras, como se os ciganos tivessem que ser sujos, malcriados e malandros.
(CONTINUA)
8 de outubro de 2006
6 de outubro de 2006
Espelhos Falsos
(continuação)
Ou se não foi realmente para ajudar a manterem-se no poder.
Recapitulando tudo o que escrevi, surge-me esta ideia peregrina:
Ou se não foi realmente para ajudar a manterem-se no poder.
Recapitulando tudo o que escrevi, surge-me esta ideia peregrina:
Apesar da existência certa, do falso-espelho nos USA - preocupação da nossa amiga brasileira - não me parece que isso seja tão mau AGORA como antes (pós-kzarismo ou no tempo do nosso "manholas" de Santa Comba).
E porquê? -Porque levo em conta a legitimidade "democrática" de todos os países "livres", nomeadamente a do tio Sam, para utilizar o espelho falso, mesmo se aproveitado com outros meios mais sofisticados (que ainda desconheço), para levar a "paz" a qualquer país onde haja pobreza... e riqueza inexplorada ou em vias de exploração.
Como a moda do espelho falso está a virar moda, um dia destes, depois de mais umas "lavagenzitas" (em quartos de banho alheios), qualquer um de nós (mulher ou homem) mirando-se ao espelho, dirá ao que está à nossa frente, em tom gozão: - "Vai mas é dar uma volta ao bilhar grande!..."
Comentário final sem ironia:
O GRANDE IRMÂO, digo, o "falso-espelho", afinal está aí para ficar. Apresentando diversas faces.
Dissimuladamente antes, sem vergonha agora!
Subliminar e democraticamente nos vão fazendo a cabeça. Até quando?
...e a União Soviética, lá no Além, a torcer-se com dores de barriga...de tanto rir.
Fim
gil
2 de outubro de 2006
Espelhos Falsos
(continuação)
Se a casualidade levasse a publicidade que se segue ao conhecimento da senhora brasileira, e por distração achasse, como julgo, essa publicidade normal, passaria mesmo assim a ficar mais atenta cada vez que saísse à rua.
Há quem esteja a vender no seu país, via net, a composição química para o fabrico do famigerado espelho:
"Apostila que ensina como fabricar e montar um dispositivo para se observar outras salas sem ser notado (olho-espião e um espelho especial em que, de um lado é espelho e do outro um vidro transparente (espelho-falso). Ótimo para aumentar a segurança. R$ (consulte-nos);VR Postal do ???? Lda.http://64.233.183.104/search?q=cache:
AH1m4cjCLA4J:sha????"- Morada e url truncados...que aqui não se faz publicidade a ninguém)
Vem a talho de foice (que não de martelo) perguntar-me se aquela fórmula não teria sido descoberta por "comunas" antes da existência dos "gulags" com o expresso propósito de "chatear" os vindouros dissidentes.Ou se não foi deliberadamente procurada para espiar operários em laboração no pós-perestroika, em homenagem às marxistas "mais-valias".Ou se não foi realmente para ajudar a manterem-se no poder.
(CONTINUA)
Se a casualidade levasse a publicidade que se segue ao conhecimento da senhora brasileira, e por distração achasse, como julgo, essa publicidade normal, passaria mesmo assim a ficar mais atenta cada vez que saísse à rua.
Há quem esteja a vender no seu país, via net, a composição química para o fabrico do famigerado espelho:
"Apostila que ensina como fabricar e montar um dispositivo para se observar outras salas sem ser notado (olho-espião e um espelho especial em que, de um lado é espelho e do outro um vidro transparente (espelho-falso). Ótimo para aumentar a segurança. R$ (consulte-nos);VR Postal do ???? Lda.http://64.233.183.104/search?q=cache:
AH1m4cjCLA4J:sha????"- Morada e url truncados...que aqui não se faz publicidade a ninguém)
Vem a talho de foice (que não de martelo) perguntar-me se aquela fórmula não teria sido descoberta por "comunas" antes da existência dos "gulags" com o expresso propósito de "chatear" os vindouros dissidentes.Ou se não foi deliberadamente procurada para espiar operários em laboração no pós-perestroika, em homenagem às marxistas "mais-valias".Ou se não foi realmente para ajudar a manterem-se no poder.
(CONTINUA)
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