«A forma inteligente de manter as pessoas passivas e obedientes é limitar estritamente o espectro da opinião aceitável, estimulando concomitante e muito intensamente o debate dentro daquele espectro... Isto dá às pessoas a sensação de que o livre pensamento está pujante, e ao mesmo tempo os pressupostos do sistema são reforçados através desses limites impostos à amplitude do debate».Noam Chomsky

"The smart way to keep people passive and obedient is to strictly limit the spectrum of acceptable opinion, but allow very lively debate within that spectrum - even encourage the more critical and dissident views. That gives people the sense that there's free thinking going on, while all the time the presuppositions of the system are being reinforced by the limits put on the range of the debate." – Noam Chomsky

It will reopen now and then.



21 de setembro de 2006

Espelhos Falsos

(continuação)
Repito: não acredito nesta "denúncia" como não acreditei numa outra que me fez um amigo meu, àcerca de uma viagem a Moscovo, antes da "perestroika", e que passo a descrever a passos largos, dado também envolver espelhos falsos:

Contava ele que na capital da Rússia não havia avenida, rua, travessa ou bêco que não tivesse câmaras escondidas. Nos hoteis, para além das câmaras ocultas, a existência de falsos espelhos era "mato".Extrapolando, dizia ter a certeza de que em toda a URSS se passava o mesmo.Contava-me, empolgado, que as crianças de orfanatos (não podia ser outra coisa) passeavam em filas nas ruas, todas vestidas da mesma côr e guardadas por gente com cara de poucos amigos.Das criancinhas comidas ao pequeno almoço não falou. Talvez para me poupar a mais inquietações, por saber-me pessoa impressionável..Dizia eu que também não acreditei nesta descrição - como não acreditei na primeira - e passo a explicar porquê:Um primo meu afastado, em quem sempre depositei a máxima confiança, tirou na ex-URSS, um curso superior. Com os mesmos direitos e deveres de qualquer outro estudante do país.Quando voltou pareceu-me mais informado que eu, ensinando-me a pensar que as "coisas andam todas ligadas".O que, admito, também sucederia se a sua licenciatura tivesse sido feita em Portugal.Contou-me que os cuidados de saúde, os transportes e outros benefícios sociais, eram tendencialmente gratuítos para as pessoas.Contou-me que, para além de estudar gratuitamente, ainda recebia uma mesada do Estado, como se não fosse estrangeiro.
(CONTINUA)

1 comentário:

Belzebu disse...

Tudo era dado, até as consciências criticas, as convicções e as falsas expectativas! Nem as crianças eram comidas ao pequeno almoço nem andavam em filas guardadas por gente pouco recomendável. Mas o estado não assegurava com certeza uma coisa essencial. A LIBERDADE!!!

Saudações infernais!