(continuação)
Repito: não acredito nesta "denúncia" como não acreditei numa outra que me fez um amigo meu, àcerca de uma viagem a Moscovo, antes da "perestroika", e que passo a descrever a passos largos, dado também envolver espelhos falsos:
Contava ele que na capital da Rússia não havia avenida, rua, travessa ou bêco que não tivesse câmaras escondidas. Nos hoteis, para além das câmaras ocultas, a existência de falsos espelhos era "mato".Extrapolando, dizia ter a certeza de que em toda a URSS se passava o mesmo.Contava-me, empolgado, que as crianças de orfanatos (não podia ser outra coisa) passeavam em filas nas ruas, todas vestidas da mesma côr e guardadas por gente com cara de poucos amigos.Das criancinhas comidas ao pequeno almoço não falou. Talvez para me poupar a mais inquietações, por saber-me pessoa impressionável..Dizia eu que também não acreditei nesta descrição - como não acreditei na primeira - e passo a explicar porquê:Um primo meu afastado, em quem sempre depositei a máxima confiança, tirou na ex-URSS, um curso superior. Com os mesmos direitos e deveres de qualquer outro estudante do país.Quando voltou pareceu-me mais informado que eu, ensinando-me a pensar que as "coisas andam todas ligadas".O que, admito, também sucederia se a sua licenciatura tivesse sido feita em Portugal.Contou-me que os cuidados de saúde, os transportes e outros benefícios sociais, eram tendencialmente gratuítos para as pessoas.Contou-me que, para além de estudar gratuitamente, ainda recebia uma mesada do Estado, como se não fosse estrangeiro.
(CONTINUA)
Repito: não acredito nesta "denúncia" como não acreditei numa outra que me fez um amigo meu, àcerca de uma viagem a Moscovo, antes da "perestroika", e que passo a descrever a passos largos, dado também envolver espelhos falsos:
Contava ele que na capital da Rússia não havia avenida, rua, travessa ou bêco que não tivesse câmaras escondidas. Nos hoteis, para além das câmaras ocultas, a existência de falsos espelhos era "mato".Extrapolando, dizia ter a certeza de que em toda a URSS se passava o mesmo.Contava-me, empolgado, que as crianças de orfanatos (não podia ser outra coisa) passeavam em filas nas ruas, todas vestidas da mesma côr e guardadas por gente com cara de poucos amigos.Das criancinhas comidas ao pequeno almoço não falou. Talvez para me poupar a mais inquietações, por saber-me pessoa impressionável..Dizia eu que também não acreditei nesta descrição - como não acreditei na primeira - e passo a explicar porquê:Um primo meu afastado, em quem sempre depositei a máxima confiança, tirou na ex-URSS, um curso superior. Com os mesmos direitos e deveres de qualquer outro estudante do país.Quando voltou pareceu-me mais informado que eu, ensinando-me a pensar que as "coisas andam todas ligadas".O que, admito, também sucederia se a sua licenciatura tivesse sido feita em Portugal.Contou-me que os cuidados de saúde, os transportes e outros benefícios sociais, eram tendencialmente gratuítos para as pessoas.Contou-me que, para além de estudar gratuitamente, ainda recebia uma mesada do Estado, como se não fosse estrangeiro.
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1 comentário:
Tudo era dado, até as consciências criticas, as convicções e as falsas expectativas! Nem as crianças eram comidas ao pequeno almoço nem andavam em filas guardadas por gente pouco recomendável. Mas o estado não assegurava com certeza uma coisa essencial. A LIBERDADE!!!
Saudações infernais!
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