«A forma inteligente de manter as pessoas passivas e obedientes é limitar estritamente o espectro da opinião aceitável, estimulando concomitante e muito intensamente o debate dentro daquele espectro... Isto dá às pessoas a sensação de que o livre pensamento está pujante, e ao mesmo tempo os pressupostos do sistema são reforçados através desses limites impostos à amplitude do debate».Noam Chomsky

"The smart way to keep people passive and obedient is to strictly limit the spectrum of acceptable opinion, but allow very lively debate within that spectrum - even encourage the more critical and dissident views. That gives people the sense that there's free thinking going on, while all the time the presuppositions of the system are being reinforced by the limits put on the range of the debate." – Noam Chomsky

It will reopen now and then.



29 de setembro de 2006

Espelhos Falsos

(continuação)
Ver-se a si própria e ser vista ("em carne e osso") , do outro lado do espelho.

Confesso também, aqui e agora, a minha ingenuidade e ignorância aos que me leiem e que viram o "big brother" na tv e meditaram, antes de mim, nas "utilidades" que outros podem dar a esse espelho. E às câmaras ocultas também.

Digo mais: a imprensa ocidental, escrita e falada, tem sabido últimamente cultivar em mim a ideia de que tudo é normal: Desde espelhos falsos a câmaras ocultas ou não ocultas, passando por muros da vergonha (modernos, menos que dos antigos), cadeiras eléctricas, invasão de países, prisões arbitrárias, escutas ilegais (via net e telefone), etc.

Acredito que para além de mim (até há poucas horas) outros sofrerão da mesma boa fé em relação ao que vão lendo e ouvindo, como parece ser o caso da autora do texto inicial.

Se a casualidade levasse a publicidade que se segue ao conhecimento da senhora brasileira,...

(CONTINUA)

25 de setembro de 2006

Espelhos falsos

(continuação)
Não, não pode ser, deves ter visto mal!"

Confesso que resisti durante algum tempo, involuntariamente, à ideia de conhecer a inquestionável verdade sobre os falsos espelhos e as câmaras ocultas. E, também, sobre a verdade ou mentira do tipo de pequenos almoços dos "comunas" e das fardas das criancinhas de orfanato... já que a existência dos Gulags é um caso incontroverso.
Hoje, liguei a internet e zás. Puz-me a "surfar" para tentar conhecê-la. E deparei-me com as seguintes fontes:
- A)
http://www.seara da ciência.ufb.br/queremosaber/fisica
/oldfisica/respostas/qr1068.html
-B)
http://ultimosegundo.ig.com.br/materias/saude/2163501-2164000 /2163728/2163728_1.xml2163728/2163728_1.xml
-C)
http://www.bbc.co.uk/portuguese/especial/
1057_guantanamo/pg.4shtml
-site "BBC brasil.com" (se não der, o que é mais certo, ir ao Google e escrever: bbc portuguese presidio)
Depois de conhecer os factos, fiquei triste comigo mesmo. Não é que me enganei, não obstante existirem tantas evidências em contrário?!...
A senhora brasileira, afinal, tem razão!
Tem todo o direito de se encontrar preocupada com a privacidade feminina no presente e no futuro.
É que o espelho falso (one way mirror) existe mesmo... e há muito tempo!
Mas parece-me, mesmo assim, redutora e ingénua a sua preocupação - agora que estou seguro da sua existência - porque está a "ver" no espelho, apenas duas utilidades :
Ver-se a si própria e ser vista ("em carne e osso") , do outro lado do espelho.

(Continua)

23 de setembro de 2006

Espelhos Falsos

(continuação)
Contou-me que, para além de estudar gratuitamente, ainda recebia uma mesada do Estado, como se não fosse estrangeiro.

Voltando ao meu amigo, confesso que se fosse hoje, e tivesse a certeza de que ele me saberia escutar (o que duvido), dir-lhe-ia o que esse familiar me transmitiu, acrescentando ainda, para rematar a conversa:"É pá, mas isso parece-me contraditório, considerando o que me contou o Raúl, o meu primo.Por um lado as pessoas têm índices de escolaridade superiores à média mundial. As Universidades, segundo parece, estão ao dispor da juventude que revele as aptidões necessárias. Estudando, fazem ginástica mental e, por acréscimo, aprendem também a relacionar as coisas. Por outro lado tu insinuas que lá prendem seres humanos, aniquilam-nos, ou enviam-nos para campos de concentração, como aqui no tempo de Salazar, no Tarrafal; ou como nos dias de hoje o fazem, democraticamente, em Guantanamo.Isso faz-me lembrar, mal comparando, aqueles condenados à morte a quem os americanos cuidam esmeradamente durante anos até os empurrarem para a cadeira eléctrica ou letal injecção.Não, não pode ser, deves ter visto mal!"

(CONTINUA)

21 de setembro de 2006

Espelhos Falsos

(continuação)
Repito: não acredito nesta "denúncia" como não acreditei numa outra que me fez um amigo meu, àcerca de uma viagem a Moscovo, antes da "perestroika", e que passo a descrever a passos largos, dado também envolver espelhos falsos:

Contava ele que na capital da Rússia não havia avenida, rua, travessa ou bêco que não tivesse câmaras escondidas. Nos hoteis, para além das câmaras ocultas, a existência de falsos espelhos era "mato".Extrapolando, dizia ter a certeza de que em toda a URSS se passava o mesmo.Contava-me, empolgado, que as crianças de orfanatos (não podia ser outra coisa) passeavam em filas nas ruas, todas vestidas da mesma côr e guardadas por gente com cara de poucos amigos.Das criancinhas comidas ao pequeno almoço não falou. Talvez para me poupar a mais inquietações, por saber-me pessoa impressionável..Dizia eu que também não acreditei nesta descrição - como não acreditei na primeira - e passo a explicar porquê:Um primo meu afastado, em quem sempre depositei a máxima confiança, tirou na ex-URSS, um curso superior. Com os mesmos direitos e deveres de qualquer outro estudante do país.Quando voltou pareceu-me mais informado que eu, ensinando-me a pensar que as "coisas andam todas ligadas".O que, admito, também sucederia se a sua licenciatura tivesse sido feita em Portugal.Contou-me que os cuidados de saúde, os transportes e outros benefícios sociais, eram tendencialmente gratuítos para as pessoas.Contou-me que, para além de estudar gratuitamente, ainda recebia uma mesada do Estado, como se não fosse estrangeiro.
(CONTINUA)

16 de setembro de 2006

Espelhos falsos

(Continuação)

Eu sinceramente não acredito, até provas em contrário.

Não acredito nesta história porque decerto a própria senhora - na sua relativa preocupação - não deixa de demonstrar que se trata de uma pequena anormalidade dentro de um quadro social e político ablosutamente normal.

No país que a acolheu, quem não cumpre as leis pode estar a cavar a própria cova. Isto é, pode ir desde a perda de liberdade temporária até ao corredor da morte. Portanto não vejo ninguém de sã inteligência que por uma ninharia esteja a pôr em perigo a sua vida ou liberdade.

Estou a vê-la a dizer, em concordância comigo e se a isso fosse instada (e não obstante o seu aviso), que vive num país onde dá gosto viver porque a liberdade e os direitos do homem e da mulher são rigorosamente respeitados; só é pobre na América quem não quer trabalhar; que só não tem segurança social quem não quer; que a liberdade de expressão existe mesmo, embora muito poucos a saibam utilizar; etc. etc....

Repito: não acredito nesta "denúncia" como não acreditei numa outra que me fez um amigo meu, àcerca de uma viagem a Moscovo, antes da "perestroika", e que passo a descrever a passos largos, dado também envolver espelhos falsos:

CONTINUA

14 de setembro de 2006

Espelhos falsos

Segue-se o trecho de um texto, intitulado:"Um representante da lei quebrando a lei", encontrado, há tempos, no blog http://home-swete-home.blogdrive.com/, dando conta da legítima preocupação de uma jovem senhora brasileira a residir nos USA, que pensa estar em perigo o seu direito à privacidade :

"(...) Bem, daí que mais tarde (e isso tudo de manhã, pois agora são 2:04 da tarde), a polícia baixa aqui no hotel (eu estou no Ramada Inn e Diamonthead, eh onde fica o HQ - Quartel General do US Army Corps of Engeneers). Uma queixa de que o hotel estaria usando falsos espelhos, daqueles que a pessoa vê tudinho do outro lado e você não os vê, sabem do que estou falando?Cara, isso é grave!E eu nunca "checo" os espelhos pra ver se são de duas faces ou não!Resultado, detectives, inquérito aberto, coleta de informações, alguém vai pra cadeia. Basta descobrirem o engraçadinho! (...)" etc, etc. e tal.

Terá fundamento a "denúncia" desta senhora?
Eu sinceramente não acredito, até prova em contrário.

CONTINUA

toureio

Os farrapos e os velhos

(Continuação)
Há quem pense que eles são um estorvo e por essa razão maior estorvo virão a ser.Mas não irá ser assim. Muitos dos velhos, do fim deste século, vão conquistar de novo a cidadania. Porque irão receber, de quem os precedeu, a sanguina bandeira que empunharão a caminho duma sociedade mais honrada.Quero dizer: Os velhos que antes da revolução industrial eram respeitados, voltarão a sê-lo, por razões diversas, no dealbar do próximo século. Trezentos e muitos anos depois.Afinal, tempo pouco, para este nosso planeta Terra que, qual nave, na sua rota vertiginosa nos transporta a todos, sem excepção, volteando o Sol, através da galáxia e do universo!...Assim, decididamente, nenhum velho que se preze tem o direito de reclamar - nesta espantosa viagem - por não ter "tempo" para saber que morreu.Aqui, na Terra, nesta Nave, somos apenas milhares de milhões de eternidades adiadas... Sempre.Uns vão descendo, em seus apeadeiros, primeiro que outros.E nestes, outros sobem, para continuar esta viagem!...

Fim

gil

13 de setembro de 2006

Os farrapos e os velhos

(Continua)
Posto isso, qual refrigério de incontrolável egoísmo, amainei meus temores de velho perante a morte, por injustificados, em face de quadro tão dramático:Recordei notícia sobre a existência de dois milhões de pobres e do milhão de miseráveis que vegetam ao nosso lado. Que diariamente olhamos. Sem os vermos. E bastou!Reconheço saber de "velhos" que nunca tiveram mêdo da morte, não por usarem expedientes primários como o meu para esquecerem a sua, mas porque a procuram: São os jovens que morrem todos os dias nos atalhos da vida e em outros estranhos e evitáveis caminhos. A estes voltarei um dia se para tanto me ajudar a saúde...Tal como por estar vivo, sei que não morri, também sei que dentro de 80 anos já ninguém me verá. Não sei para onde vou, mas também não interessa!!E ao meu médico também não o verão. Mas se o vissem, duplo contentamento lhe caberia. É que os anciãos, que contribuem mais que os outros para o seu desafogo financeiro, passarão a representar a maioria da população em países desenvolvidos.

CONTINUA

12 de setembro de 2006

Os farrapos e os velhos

A maior paranóia de um ancião, que se preze, reside nas doenças que as imunidades debilitadas não podem impedir.
O mêdo de morrer de repente é avassalador.

Nem a lei de Lavoisier (Na Natureza nada se perde (morre), tudo se transforma), nem tão pouco este conceito de que "Um homem depois de morto, é eterno, visto que por incapacidade indutiva, nunca reconhecerá que morreu", me tem salvado desta triste e senil covardia!

Por isso fui hoje ao médico. E de lá trouxe amável e surpreendente notícia: "O senhor, para os seus oitenta anos, está muito bem de saúde!"

Apesar da intenção caridosa ser evidente, sorri-lhe abertamente, para que julgasse ter-me enganado. Ao pretender iludir-me, o doutor apenas me fez lembrar, de modo simplista, a teoria da relatividade!

O que ele teve, foi pudor, em dizer-me com toda a clareza: "Apesar do seu tempo de validade ter expirado, você é dos resistentes. Quem não deverá gostar nada de você andar por cá são os tipos da segurança social...cá por nós, tudo bem!"

Paranóias são paranóias e contra elas só uma boa cura mental as faz abalar.

Como "para grandes males, grandes remédios", ataquei o problema de frente.
Ocorreu-me pôr em confronto a qualidade de vida do nosso povo com a de outros portugueses, isto é, ver se todos os habitantes do país vivem ou não com dignidade. Velhos incluídos.

CONTINUA